Turquia: no desempenho de sua missão se fortaleceram as suspeitas de que houve manipulação (Huseyin Aldemir/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de abril de 2017 às 10h02.
Viena - A única equipe de observadores eleitorais do Conselho Europeu deslocada à região oriental da Turquia durante o referendo de domingo foi retida durante horas pela polícia, o que impediu a realização da missão.
Assim denunciou nesta terça-feira em Viena o austríaco Stefan Schennach, deputado do Partido Social Democrata Austríaco (SPÖ), que junto a um membro do Conselho Europeu viajou ao leste do país em uma missão observadora dessa entidade e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"Em Mardin (cidade do sudeste de Turquia) fomos retidos por vários policiais em um quarto durante um tempo, e ao final só pudemos presenciar a recontagem dos últimos 80 votos", declarou Schennach ao serviço de imprensa do SPÖ.
Para o parlamentar austríaco, o referendo sobre a reforma constitucional que prevê outorgar todo o poder ao presidente, Recep Tayyip Erdogan, no qual o "Sim" ganhou com 51,4% dos votos, "não foi justo e nem livre".
Entre outros, denuncia as fortes pressões às quais, segundo sua visão, foram submetidos muitos dirigentes locais da região e a grande presença militar nas regiões curdas.
"Aquelas pessoas que falaram de irregularidades foram confrontados depois das acusações e ataques verbais", aponta Schennach no comunicado de seu partido.
Em sua opinião, no desempenho de sua missão se fortaleceram as suspeitas de que houve manipulação.
Além disso, lembra que muitos das pessoas deslocadas devido à guerra entre as forças armadas turcas e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) não puderam votar.