A ex-primeira-ministra sofre há meses de sérios problemas de saúde, principalmente nas costas, que a impedem de se movimentar (Andreas Rentz/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 13h24.
Kiev - Uma equipe de oito médicos da Alemanha, Canadá e da Cruz Vermelha Internacional examinará a ex-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, que está presa, anunciou nesta terça-feira o porta-voz da Procuradoria Geral ucraniana, Yuri Boichenko.
A decisão de autorizar que médicos estrangeiros examinem a opositora, que se nega a permitir que os serviços sanitários da prisão avaliem seu estado de saúde, foi tomada na segunda-feira em reunião conjunta de Instituições Penitenciárias e os ministérios das Relações Exteriores e da Saúde.
'Dois especialistas alemães, três canadenses e três do comitê da Cruz Vermelha irão examinar Tymoshenko, e se for necessário irão administrar a ele um tratamento', informou em entrevista coletiva o porta-voz da Promotoria.
O grupo internacional está à espera do credenciamento para poder entrar na Ucrânia em breve, de acordo com Boichenko.
A própria Tymoshenko deu seu consentimento há uma semana para que um grupo de médicos alemães revisasse seu estado de saúde depois que vários especialistas germânicos ofereceram seus serviços através da embaixada da Alemanha em Kiev.
A ex-primeira-ministra sofre há meses de sérios problemas de saúde, principalmente nas costas, que a impedem de se movimentar.
A chefe do principal partido da oposição, Barkivshina, foi transferida em dezembro para uma prisão da cidade de Kharkiv, no leste do país, para cumprir sete anos de condenação por abuso de poder por ter assinado em 2009 acordos de fornecimento de gás à Rússia considerados onerosos pelas atuais autoridades.
Condenada ainda a três anos de inabilitação para exercer qualquer cargo público e ao pagamento de quase US$ 200 milhões em conceito de compensação ao Estado, Tymoshenko estuda estes dias o sumário de outra causa penal aberta contra ela pelo Serviço de Segurança da Ucrânia.
Os serviços secretos ucranianos acusam a opositora de esconder a receita de mais de US$ 165 milhões, apropriação indevida de fundos públicos, evasão de mais de US$ 5,8 milhões em impostos e desvio de verbas públicas.
A União Europeia deixou claro que suas relações com a Ucrânia vão depender do futuro de Tymoshenko.
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução na qual ressalta que a líder opositora deve ter a chance de participar do processo político, incluindo as próximas eleições parlamentares, que serão realizadas no outono europeu de 2012. EFE