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Walkie-Talkies do Hezbollah explodem e matam 14 pessoas nesta quarta, um dia após ataque com pagers

Explosões atingiram radio-comunicadores usados pelo grupo libanês, um dia após grande ataque a pagers

Reprodução de vídeo mostra explosão de pager no Líbano na terça, 17 (AFP/AFP)

Reprodução de vídeo mostra explosão de pager no Líbano na terça, 17 (AFP/AFP)

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 12h08.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 16h11.

Um dia após ser alvo de um ataque orquestrado contra pagers, o grupo libanês Hezbollah registrou novas explosões em seus walkie-talkies. Uma onda de explosões nos rádios de comunicação deixou ao menos 14 mortos e 450 feridos nesta quarta-feira, 18, segundo a mídia estatal do Líbano.

As explosões foram registradas durante a tarde, no horário local, no sul do país e nos subúrbios da capital, Beirute. Segundo o jornal The Times of Israel, um dos ataques atingiu um funeral, que reunia vítimas das explosões de ontem.

O novo incidente também ocorreu no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, repudiou o uso de objetos civis como armas.

"Esta deveria ser uma regra para todos no mundo, que os governos deveriam ser capazes de aplicar", disse Guterres à imprensa, em referência ao ataque de terça-feira. " Tão importante quanto o evento em si é o indício que confirma que existe um grave risco de escalada dramática no Líbano, e deve-se fazer tudo o que for possível para evitá-la".

À agência Reuters, uma fonte do Hezbollah confirmou que os walkie-talkies usados pelo grupo eram o alvo. Uma alta fonte de segurança disse que as explosões foram de pequena magnitude, semelhante ao ataque de terça, e afirmou que as agências de segurança investigariam o assunto mais a fundo. A mesma fonte acrescentou que o Hezbollah comprou os walkie-talkies portáteis há cerca de cinco meses, na mesma época em que o grupo adquiriu os pagers.

Especialistas sugerem que os pagers usados pelo Hezbollah foram sabotados com explosivos antes de serem entregues ao grupo, e que Israel pode ter infiltrado a cadeia de suprimentos. O ataque de terça-feira, que também feriu o embaixador iraniano em Beirute, Mojtaba Amani, e matou a filha de 10 anos de um membro do Hezbollah, representa um golpe significativo para o grupo. A organização prometeu vingança e continua seus ataques transfronteiriços contra Israel em apoio ao grupo terrorista Hamas.

A situação é extremamente volátil, com o aumento das tensões e a possibilidade de um conflito regional mais amplo. As principais companhias aéreas como Lufthansa e Air France suspenderam seus voos para Tel Aviv, Teerã e Beirute até quinta-feira.

Ataque com pagers

Na terça, ao menos 12 pessoas morreram e mais de 2.800 ficaram feridas, cerca de 200 delas em estado grave, por causa da explosão em cadeia de centenas de pagers, que eram usados pelo Hezbollah. O grupo usava estes equipamentos antigos para tentar fugir da espionagem feita por Israel.

A causa das explosões ainda não foi confirmada. O governo do Líbano acusou Israel pelo ataque. Israel e Hezbollah se enfrentam há anos, com uma troca constante de ataques de formas variadas.

A forma como as explosões foram planejadas também é investigada. A principal hipótese é que agentes de Israel podem ter interceptado um carregamento de pagers que iria para o Hezbollah e pode ter incluído explosivos neles, que depois foram detonados à distância.

Com informações de EFE e O Globo.

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