Equador: para ser eleito presidente em primeiro turno, é necessário ter pelo menos 40% dos votos e uma diferença de no mínimo 10% com relação ao segundo colocado (Guillermo Granja/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 17h32.
Quito - O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) se comprometeu nesta segunda-feira a apresentar em três dias os resultados definitivos das eleições presidenciais do Equador, já que os dados existentes ainda não permitem determinar se um segundo turno entre o governista Lenín Moreno e o opositor Guillermo Lasso acontecerá ou não.
O presidente do órgão, Juan Pablo Pozo, disse que ainda existem 12,22% das atas para serem incluídas na contagem dos votos, entre elas as que apresentam "inconsistências".
Com a apuração de 88,77%, o candidato do movimento governista Alianza País (AP), Lenín Moreno, tem 39,13% dos votos, enquanto o de centro-direita Guillermo Lasso, do Movimento CREO, conta com 28,31%.
No Equador, para ser eleito presidente em primeiro turno, é necessário ter pelo menos 40% dos votos e uma diferença de no mínimo 10% com relação ao segundo colocado.
Com os resultados já divulgados, Moreno sustenta que tem todas as chances de sua chapa vencer em primeiro turno.
Já Lasso se mostra confiante de um segundo turno e pediu as demais forças da oposição para se somarem a ele em um pacto pela governabilidade do país.
Segundo Pozo, 5,49% das atas apresentam irregularidades numéricas, ou seja, diferenças entre o número de eleitores e o de votos registrados; 1,45% estão ilegíveis; 2,43% estão "em processamento por mal corte" e 0,30% não têm a assinatura do presidente ou do secretário da junta receptora de voto (mesa eleitoral).
Além disso, 1,76% estão chegando de diferentes lugares do país para o processamento; 0,43% estão vindo do exterior e ainda estão pendentes de processamento e 0,36% estão em processamento.
As atas com irregularidades numéricas, ilegíveis e sem assinatura estão em estudo nas respectivas Juntas Eleitorais Provinciais, que resolverão sobre elas nos próximos dias, disse em entrevista coletiva Pozo, que admitiu que existe "uma margem estreita por definir" para que se esclareça se haverá segundo turno.
O presidente do CNE disse que prevê oferecer resultados definitivos à Assembleia Nacional e ao Parlamento Andino em um prazo de cinco e oito dias, da mesma forma que sobre a consulta popular sobre a proibição de cargos de escolha popular de possuir bens em paraísos fiscais.
Pozo convidará imediatamente os representantes das missões de observação e os dois candidatos mais votados para uma reunião para explicar a eles como a apuração acontece e as razões pelas quais ainda não se pode falar se haverá ou não segundo turno, pois "apenas com 100%" dos votos será possível determinar.
A desaceleração que experimenta a apuração nesta fase, segundo explicou, obedece ao tempo que demora processar esse 12,22% de atas pendentes, um prazo maior que o do resto das atas já incluídas nos resultados.
O responsável do CNE não quis falar sobre as acusações de fraude que circularam nas últimas horas nas redes sociais e pediu à população e aos políticos para manter o diálogo.
Pozo também fez um apelo à paz e ao respeito, à espera que se definam os resultados, e ressaltou que a disputa está acontecendo "voto a voto".