Julian Assange: o Equador "dedicará seus melhores esforços para pôr fim a esta detenção arbitrária", asseverou Long (Olivia Harris / Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 08h31.
Londres - O chanceler do Equador, Guillaume Long, assegurou que o governo se esforçará para resolver "a detenção arbitrária" de Julian Assange após quatro anos asilado na embaixada de seu país em Londres, em comunicado divulgado nesta segunda-feira.
Long se reuniu neste domingo com o fundador do Wikileaks e seu advogado, o espanhol Baltasar Garzón, na legação do Equador da capital britânica por causa do quarto aniversário que o australiano completa asilado nesse edifício.
O jornalista não pisou na rua desde que em 19 de junho de 2012 solicitou ajuda ao governo de Quito a fim de evitar sua extradição à Suécia, um país que lhe quer interrogar com relação a crimes sexuais que ele nega.
Ao completar quatro anos de estadia nesse edifício, Long presidiu um ato com Assange e o advogado do ativista, Baltasar Garzón, no qual lembrou que as Nações Unidas "declararam recentemente" que "está 'detido' de maneira arbitrária".
"Está confinado em um edifício diminuto e sua saúde se deteriorou", observou o ministro das Relações Exteriores equatoriano.
O chanceler lembrou também que "o Reino Unido e Suécia pediram reiteradamente aos países que cumpram com os ditames da ONU e, neste caso, ambos estão ignorando essa decisão".
O Equador "dedicará seus melhores esforços para pôr fim a esta detenção arbitrária", asseverou Long.
Em outras cidades do mundo, várias personalidades apoiaram Assange como o autor Noam Chomsky, o artista chinês Ai Wei Wei, o filósofo Slavoj Zizek, o ganhador do Nobel da Paz Pérez Esquivel, o cineasta Michael Moore, a estilista Vivienne Westwood e o ex-ministro de Economia da Grécia Yanis Varoufakis.
Assange foi detido em Londres em 7 de dezembro de 2010 -depois que seu portal filtrou milhares de mensagens diplomáticas confidenciais dos EUA- a pedido da Justiça sueca.
O ativista teme que uma vez na Suécia, as autoridades suecas lhe entregarão aos EUA, onde enfrentaria um julgamento militar e uma eventual pena de morte pelas revelações de seu portal.
Após perder a batalha legal no Reino Unido, Assange se refugiou na embaixada equatoriana, mas Londres lhe negou um salvo-conduto para chegar a Quito e é vigiado 24 horas pela polícia britânica, que lhe deterá se colocar um pé na rua.
O Reino Unido também rejeitou facilitar o deslocamento a um hospital depois que Quito expôs a necessidade de assistência médica como consequência de seu cativeiro de anos.