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Equador gastou US$ 5 mi em espionagem para proteger Assange, diz jornal

Segundo o The Guardian, documentos indicam que o país contratou empresa de segurança para vigiar pessoas que visitavam o fundador da Wikileaks na embaixada

Julian Assange: fundador do Wikileaks está refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)

Julian Assange: fundador do Wikileaks está refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de maio de 2018 às 16h43.

Londres - O governo do Equador investiu pelo menos US$ 5 milhões em uma operação de espionagem para proteger o ativista australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, refugiado desde 2012 na embaixada do país em Londres, no Reino Unido, revelou nesta terça-feira o jornal britânico "The Guardian".

O jornal teve acesso a documentos secretos que indicam que o Equador contratou uma empresa de segurança e agentes para vigiar pessoas que visitavam Assange na embaixada. Também teriam sido espionados funcionários da própria representação diplomática e policiais britânicos.

Foram gravadas, além disso, com "detalhes minucioso", as atividades diárias de Assange, assim como as interações do ativista com os funcionários da embaixada, com sua equipe de advogados e outros visitantes, revelam os documentos obtidos pelo "Guardian".

O projeto foi batizado, segundo o jornal, de "Operation Guest" (Operação Convidado) em um primeiro momento. Mais tarde, o nome mudou para "Operation Hotel" (Operação Hotel).

As despesas mensais de segurança dedicadas para proteger Assange, que incluíam trabalhos para reunir informações de inteligência e contrainteligência, foram em média de US$ 66 mil.

Entre junho de 2012 e agosto de 2013, o dispositivo custou US$ 972.882 ao Equador, segundo os documentos da Secretária Nacional de Inteligência (Senain) obtidos pelo jornal.

A agência de inteligência utilizou recursos para "despesas especiais" para instalar câmeras de vigilância na embaixada semanas antes de conceder asilo ao fundador do Wikileaks.

Uma empresa de segurança também foi contratada para filmar toda as atividades na embaixada. A equipe trabalha 24 horas, sete dias por semana, com turnos simultâneos de duas pessoas.

A investigação do "Guardian" sugere que a operação contava com o apoio do então presidente do Equador, Rafael Correa, e do ministro de Relações Exteriores do país na época, Ricardo Patiño.

A equipe de segurança contratada pelo Equador pedia que todos os convidados de Assange deixassem seu passaporte na entrada da embaixada ao entrar no prédio. O documento era usado para que eles criassem um "perfil" do visitante.

O Equador chegou a fazer planos para ajudar Assange a escapar da embaixada, temendo que as autoridades do Reino Unido entrassem a força na sede diplomática do país, afirmou o jornal.

O governo equatoriano avaliou tirar Assange do local em um veículo diplomático ou nomeá-lo representante do país na ONU para garantir que o ativista tivesse imunidade diplomática.

Em dezembro, o Equador concedeu nacionalidade equatoriana ao ativista e pediu para ele um status diplomático. O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido negou a solicitação.

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