Julian Assange em foto de 23 de outubro de 2010 (Leon Neal/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2012 às 11h41.
Londres - O governo do Reino Unido mostrou-se nesta quinta-feira "decepcionado" com a decisão do Equador de conceder asilo político ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, refugiado na embaixada do país sul-americano em Londres desde o dia 19 de junho.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores britânico afirmou que o governo britânico "cumprirá" sua obrigação de entregar o jornalista australiano à Suécia e que "a decisão do Equador não muda isso".
"Em virtude da legislação do Reino Unido, depois que todas as apelações já foram esgotadas, o governo se viu obrigado a extraditar Assange", que está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho, quando chegou ao local para solicitar asilo político.
Ao se refugiar na embaixada equatoriana, Assange violou as condições de sua prisão domiciliar no Reino Unido, e a Scotland Yard advertiu que ele será detido assim que deixar o edifício.
O governo britânico reagiu em tom de decepção depois que o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, explicou que a decisão de seu país está baseada no direito internacional.
Patiño também disse que a vida de Assange corre perigo se ele for extraditado para os Estados Unidos, país mais afetado pelas revelações do Wikileaks.
O Governo britânico insistiu também que continua "comprometido em buscar uma solução" que permita cumprir "com as obrigações em virtude da lei de extradição".
Enquanto Quito decidia se concedia ou não o asilo político ao jornalista australiano, o Reino Unido insistia na "obrigação legal" de entregá-lo às autoridades suecas, que buscam Assange por supostos crimes sexuais, negados pelo australiano.
Desde que foi detido no Reino Unido, em dezembro de 2010, a defesa de Assange tenta evitar a todo custo sua entrega ao país escandinavo por temor de que ele seja, posteriormente, extraditado para os Estados Unidos.