Julian Assange, fundador do WikiLeaks, discursa na varanda da embaixada do Equador em Londres: Grã-Bretanha disse estar determinada a extraditar o ex-hacker para a Suécia (Carl Court/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2012 às 20h28.
Quito - As conversas entre o Equador e a Grã-Bretanha sobre o destino de Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, foram retomadas, e o governo equatoriano disse na quarta-feira que está otimista com um acordo que evitaria que Assange fosse extraditado aos Estados Unidos.
Assange está escondido na embaixada do Equador em Londres há mais de dois meses, tentando evitar ser enviado para a Suécia para ser questionado sobre alegações de ataques sexuais e estupro. Com isso, provocou um impasse diplomático que agora parece estar sendo amenizado.
"Estou convencido de que vamos encontrar uma saída... tenho esperança porque o clima global que o caso Julian Assange está gerando vai nos ajudar a encontrar uma saída", disse o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patino, em entrevista à Reuters em Quito, confirmando que as conversas haviam sido retomadas em Londres na quarta-feira.
A Grã-Bretanha disse estar determinada a extraditar o ex-hacker para a Suécia, e que o australiano de 41 anos será preso se colocar os pés para fora do prédio da embaixada.
O presidente do Equador, Rafael Correa, deu a Assange asilo e diz que compartilha dos temores de Assange de que ele possa ser enviado da Suécia para os Estados Unidos para enfrentar acusações pela publicação de telegramas secretos norte-americanos em 2010 pelo WikiLeaks.
Patino disse à Reuters que estava otimista de que a Grã-Bretanha concordaria em chegar a um acordo sobre a exigência do Equador de que Assange receba garantias por escrito de que não será extraditado da Suécia para outro país.
"É possível que a Grã-Bretanha tente avançar com as garantias, porque tem dito repetidamente que não quer fornecer a livre passagem (para que Assange saia da embaixada e vá para o Equador)", disse Patino.
"A opção das garantias é possivelmente mais viável... Temos que obter garantias por escrito, de forma clara, dos países com os quais estamos negociando." (Reportagem adicional de Michael Holden, em Londres)