Mundo

Eólica continua forte, mas avanço pode ser menor em 2012

A situação de menor demanda nos leilões de 2012 deve afetar todas as fontes, e em menor escala a eólica


	Energia eólica: apesar de uma expectativa de menor contratação de energia eólica neste ano, o crescimento da fonte no país continua forte
 (Getty Images)

Energia eólica: apesar de uma expectativa de menor contratação de energia eólica neste ano, o crescimento da fonte no país continua forte (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2012 às 16h42.

São Paulo - A energia eólica deverá continuar sendo uma das fontes de geração mais competitivas nos leilões de energia nova deste ano. Mas diante de dúvidas sobre a demanda a ser contratada, a expansão em 2012 pode não chegar à meta de 2 gigawatts (GW) ao ano do setor.

"A nossa meta é sempre 2 GW por ano, mas neste ano não sabemos se vamos atingir essa meta", disse a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, à Reuters.

A situação de menor demanda nos leilões de 2012 deve afetar todas as fontes, e em menor escala a eólica.

"O número que a gente espera, pelo comportamento da eólica, é que de qualquer montante que for contratado pelo menos 80 por cento será de eólica", disse Élbia, acrescentando que qualquer estimativa numérica de demanda a ser contratada nos próximos leilões seria pouco confiável neste momento.

Em 2012, muitas distribuidoras estão sobrecontratadas e agentes do setor demonstram incerteza quanto à necessidade de se realizar um leilão A-3 neste ano, que contrataria energia a ser entregue a partir de 2015.

Os leilões de energia A-3 e A-5 (este último que contrata energia a ser entregue a partir de 2017) estão marcados para outubro, sendo que 14.260 megawatts (MW) de eólicas estão cadastrados para participar do primeiro e 12.547 MW para o segundo. Esses empreendimentos ainda vão passar pela fase de habilitação para participar dos certames, processo em que o número de participantes é reduzido.


Apesar de uma expectativa de menor contratação de energia eólica neste ano, o crescimento da fonte no país continua forte.

O mercado de equipamentos desse setor no Brasil somará 25 bilhões de reais nos próximos cinco anos, segundo informações da Abeeólica que serão apresentadas no 3o Brazil WindPower, evento que a associação realiza nesta semana, no Rio de Janeiro.

Atualmente, o Brasil conta com 11 fabricantes de equipamentos eólicos com uma capacidade de produção que soma 3,4 GW por ano, parte da qual é exportada.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu recentemente os registros de seis fabricantes que estavam cadastrados no Finame --financiamento para produção e aquisição de equipamentos nacionais--, após uma auditoria constatar que eles não atendiam o conteúdo mínimo nacional exigido.

Esse descredenciamento afetou cerca de 1,5 GW em potência viabilizada nos últimos leilões, segundo Élbia, referentes aos empreendedores que já haviam fechado contratos com fabricantes que foram descredenciados para financiamento do BNDES.

O chefe do departamento de Fontes Alternativas do banco de fomento, Antonio Tovar, afirmou, no início do mês, que tais empreendimentos não ficarão sem financiamento, sendo que o empréstimo seria concedido a taxas de juros mais altas.

Élbia acredita que o descredenciamento pode até afetar na percepção de risco dos empreendedores para o próximo leilão A-3. Porém, como o leilão é muito competitivo entre os projetos eólicos, isso não deve se refletir tanto no preço da energia.

"Nessa condição de competição, talvez os investidores não consigam colocar tanto no preço a percepção de risco", disse Élbia.

Além disso, segundo ela, muitos fabricantes estão se adequando para recuperar o registro com o BNDES.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia eólicaEnergia renovávelInfraestruturaSustentabilidade

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde