O primeiro-ministro japonês, Shinzo AbeShinzo Abe, tem sinalizado o desejo de dialogar com a China, mas rejeita quaisquer condições impostas por Pequim (Yoshikazu Tsuno/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2013 às 09h34.
Pequim/Tóquio - O mais graduado diplomata de carreira japonês reuniu-se nesta terça-feira com o chanceler da China, em mais uma tentativa de atenuar a tensão entre as duas maiores economias asiáticas, mas a imprensa estatal chinesa disse que Pequim descartou uma cúpula com os líderes nacionais.
O belicoso primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que consolidou seu poder numa eleição parlamentar na semana passada, tem sinalizado o desejo de dialogar com a China, mas rejeita quaisquer condições impostas por Pequim.
A visita do vice-chanceler Akitaka Saiki representa mais um esforço de Tóquio para melhorar as relações abaladas pela disputa por minúsculas ilhas desabitadas no mar do Leste da China.
Em nota, a chancelaria chinesa disse que Saiki se reuniu em Pequim com o chanceler Wang Yi e com um adjunto dele.
"Ambos os lados tiveram um franco intercâmbio de opiniões sobre as relações sino-japonesas, a China manifestou claramente sua posição sobre os problemas que confrontam as relações entre os dois países", disse a nota, acrescentando que "os dois lados vão continuar a se comunicar por meio de vários canais e vários níveis".
Saiki disse a jornalistas antes de deixar Pequim que a conversa foi "séria e direta", mas evitou falar de uma possível cúpula, alegando que antes precisaria consultar Abe.
Mais cedo, o jornal China Daily, publicado em inglês pelo governo, disse que Pequim descarta uma cúpula. Falando à publicação, uma fonte oficial não identificada cobrou do Japão medidas concretas para melhorar as relações, em vez de "slogans vazios".
Essa fonte também qualificou como "inventadas" as declarações feitas no fim de semana pelo assessor governamental japonês Isao Iijima, segundo quem a cúpula poderia acontecer em "um futuro não tão distante".
A chancelaria japonesa disse que não comentaria a reportagem, mas que a cúpula não está descarta, embora sem data marcada por enquanto.
A China diz que só aceitará a reunião se o Japão admitir de antemão que existe uma disputa pelas ilhas. Tóquio até agora rejeita isso, temendo, segundo especialistas, enfraquecer sua reivindicação territorial.