Serry: população de Gaza "deve ver o mais rápido possível os dividendos da unidade" (AFP/Arquivos)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h28.
Jerusalém - O enviado especial das Nações Unidas para o Oriente Médio, Robert Serry, apoiou o novo governo de unidade palestina durante uma visita a Gaza neste sábado em que se reuniu com os quatro ministros que vivem na faixa.
"Falei com eles dos desafios que há pela frente. Garanti o pleno apoio da ONU, que está disposta a aumentar seu programa de ajudas em Gaza para outras áreas prioritárias além das de água e energia", disse Serry, segundo a agência oficial palestina "Wafa".
É a visita estrangeira de mais alto nível à faixa desde a formação do governo de união nacional palestino na segunda-feira, com o qual Hamas e Fatah querem pôr fim às rivalidades políticas que se intensificaram em 2007.
O novo governo é liderado pelo primeiro-ministro Rami Hamdala e formado por tecnocratas, quatro dos quais vivem em Gaza, motivo pelo qual não puderam participar da cerimônia de juramento do cargoem Ramala.
São os titulares dos ministérios da Mulher, Haifa Al-Agha; do Trabalho, Mamun Abu Shahla; de Infraestruturas e Habitação, Mufeed Al-Hasayne, e de Justiça, Salim al-Saqqa.
Serry disse aos quatro que a população de Gaza "deve ver o mais rápido possível os dividendos da unidade" e falou de a expectativa de Israel suspender o bloqueio que impôs à faixa há sete anos.
"A abertura de passos para o movimento de bens e pessoas, o acesso de materiais de construção, o restabelecimento da conexão (terrestre) entre Gaza e Cisjordânia e as exportações são uma necessidade urgente para reativar a economia e criar oportunidades de emprego", disse o diplomata da ONU.
Israel, que não reconhece o governo de unidade palestino, cortou todos os contatos de alto nível com o executivo de Ramala, e exige que ele escolha entre a paz ou a aliança com o Hamas, que continua reivindicando a destruição de Israel, Hamas.
"A comunidade internacional deve pressionar (o presidente palestino, Mahmoud) Abbas para que desfaça sua associação com o Hamas", afirmou hoje o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao advertir que o movimento islamita "acabará tomando o controle da Cisjordânia".