Mosul: nas duas primeiras semanas, as tropas iraquianas e aliadas retomaram o controle de dezenas de aldeias (Zohra Bensemra/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de novembro de 2016 às 17h30.
Última atualização em 1 de novembro de 2016 às 17h31.
As forças iraquianas entraram nesta terça-feira (1º) nos bairros da zona leste de Mosul, no norte do Iraque, no 16º dia de ofensiva para reconquistar a segunda maior cidade do país, reduto do Estado Islâmico (EI) desde junho de 2014.
Confira abaixo os principais elementos dessa ofensiva iniciada em 17 de outubro:
Quais as forças iraquianas envolvidas?
O Comando de Contraterrorismo Iraquiano (CTS), as forças de elite do Exército, as forças de intervenção rápida e as tropas de elite do Ministério do Interior combatem ao lado das Forças Armadas, da Polícia iraquiana e dos peshmergas, as forças de segurança da região autônoma do Curdistão iraquiano.
As Unidades de Mobilização Popular (UMP, Hashd al-Shaabi, em árabe), milícias em sua maioria xiitas apoiadas pelo Irã, entraram em ação a oeste de Mosul.
Todas essas forças são apoiadas pela aviação e artilharia da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Qual é a estratégia?
A ofensiva contra Mosul começou em três frentes: norte, leste e sul, para cercar a cidade.
Nos últimos dias, as UMPs entraram em ação na frente oeste, situando-se entre Mosul e na fronteira síria com o objetivo de cortar as rotas de reabastecimento dos extremistas.
Nas duas primeiras semanas, as tropas iraquianas e aliadas retomaram o controle de dezenas de aldeias nas três frentes principais.
Na segunda-feira, o CTS chegou aos subúrbios de Mosul e, nesta terça, pela primeira vez desde 2014, entrou pelo leste da cidade, no bairro de Judaidat Al-Mufti, na margem esquerda do Tigre, o rio que corta cidade.
A entrada em Mosul marca "o início da verdadeira libertação de Mosul", disse um comandante iraquiano.
Como reagiram os extremistas?
Os extremistas responderam ao avanço do governo com dezenas de atentados suicidas e fogo de artilharia.
As informações sobre os movimentos dos combatentes do Estado Islâmico são contraditórias.
Algumas fontes indicam uma retirada para a Síria, outras, no entanto, da chegada de reforços do território sírio.
De acordo com um general americano, 900 combatentes foram mortos na primeira fase da ofensiva. Além disso, a ONU diz que o EI executou mais de 250 ex-militares iraquianos e desloca civis para serem usados como escudos humanos.
O que acontece com os civis?
Milhares de civis fogem das áreas controladas pelo Estado Islâmico à medida que a ofensiva avança.
Até esta terça, mais de 17.900 pessoas haviam fugido de suas casas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A ONU, que estima que 1,5 milhão de pessoas vivam em Mosul, considera que conforme os combates se intensifiquem, o fluxo de deslocados vai aumentar, podendo chegar a um milhão de pessoas e causar uma catástrofe humanitária.