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Entorno de Maduro recuou após negociar apoio a opositor, dizem EUA

Em uma mensagem de vídeo, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca deu nome aos que seriam traidores

Manifestantes contrários a Nicolás Maduro protestam do lado de fora da Casa Branca, em Washington (EUA) (Joshua Roberts/Reuters)

Manifestantes contrários a Nicolás Maduro protestam do lado de fora da Casa Branca, em Washington (EUA) (Joshua Roberts/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de maio de 2019 às 12h21.

Última atualização em 1 de maio de 2019 às 12h25.

Washington - Em meio ao iminente fracasso da manobra liderada pelo líder opositor Juan Guaidó, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, garantiu que a cúpula do chavismo recuou depois de ter negociado apoio para derrubar Nicolás Maduro.

Seja uma revelação ou um blefe, a mensagem representa uma ofensiva para tentar dividir o governo venezuelano.

Em uma mensagem de vídeo, Bolton deu nome aos que seriam traidores: o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o presidente del Tribunal Superior de Justiça, Maikel Moreno, e o comandante da guarda presidencial, Iván Hernández Dala. Os três teriam concordado em apoiar Guaidó.

"Acabou o tempo de vocês", disse Bolton, se referindo aos três. "Essa é sua última chance. Aceitem a anistia de Guaidó, protejam a Constituição e removam Maduro, e nós tiraremos vocês da lista de sanções. Continuem com Maduro e afundem com o navio."

O secretário de Estado, Mike Pompeo, adotou linha semelhante. Segundo ele, Maduro estava pronto para deixar a Venezuela, mas foi convencido pelos russos a ficar.

"Ele tinha um avião na pista, estava pronto para sair. Pelo que sabemos, os russos lhe disseram que deveria ficar", disse Pompeo em entrevista à CNN. O destino do venezuelano seria Havana.

Intensificando a pressão contra Maduro, os EUA ofereceram nesta terça-feira, 30, a ampliação da anistia e fim das sanções aos que deixarem de dar suporte a Maduro. O Departamento do Tesouro americano divulgou que "o caminho para alívio de sanções individuais é mudar o comportamento através do apoio a um líder venezuelano democraticamente eleito e àqueles que buscam a restauração da democracia".

O senador republicano Marco Rubio, considerado um dos principais articuladores da política anti-Maduro no governo de Donald Trump, sugeriu que aqueles que recuaram podem acabar sem respaldo de nenhum dos lados. "Estou vendo tuítes de apoio a Maduro de alguns daqueles oficiais de alto nível que estavam trabalhando para removê-lo. Mas os cubanos e o regime sabem o que vocês estão fazendo. E, se não sabem, saberão muito em breve. E aí? Sejam espertos, não atrasados", escreveu Rubio.

Em outra frente de pressão, o presidente Donald Trump ameaçou Cuba, um dos aliados mais próximos do chavismo. "Se as tropas cubanas e as milícias não interromperem imediatamente as operações militares na Venezuela, vamos impor um embargo pleno e total, com sanções de alto nível", tuitou Trump.

Opções

Bolton afirmou nesta terça-feira, 30, que Trump - quem, segundo ele, está acompanhando a situação minuto a minuto - espera ver uma transição de poder "pacífica", mas repetiu a retórica de que "todas as opções estão na mesa". A Casa Branca tem usado a frase para deixar no ar uma ameaça militar contra Maduro.

"Como eu disse, todas as opções continuam sobre a mesa. Eu não vou ser mais específico do que isso. Desde o início, dissemos que seria um grande erro de Maduro usar a força contra civis inocentes", afirmou Bolton, ao responder jornalistas na Casa Branca.

Nos bastidores, contudo, assessores consideram improvável que Washington use a força na região sem respaldo dos vizinhos. Brasil e Colômbia já se manifestaram publicamente contra qualquer ação militar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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