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Entidades religiosas chinesas devem seguir Partido Comunista

Integrantes do partido devem ser "resolutamente proteger-se das influências estrangeiras que chegam por meio da religião", disse presidente chinês.


	Xi Jinping: desde que ele chegou ao poder, o governo chinês adotou uma linha mais dura a respeito da sociedade civil e das religiões
 (Stephane Mahe/REUTERS)

Xi Jinping: desde que ele chegou ao poder, o governo chinês adotou uma linha mais dura a respeito da sociedade civil e das religiões (Stephane Mahe/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2016 às 10h19.

As organizações religiosas chinesas devem obedecer o Partido Comunista, afirmou o presidente Xi Jinping em uma reunião dedicada ao tema, informou a imprensa estatal.

"Os grupos religiosos (...) devem aderir à liderança do Partido Comunista da China", disse Xi a altos funcionários do partido único em uma conferência de dois dias que terminou no sábado, segundo a agência de notícias Xinhua.

Os integrantes do partido, ressaltou, devem ser "inflexíveis ateus marxistas" e "resolutamente proteger-se das influências estrangeiras que chegam por meio da religião".

"Deveríamos guiar e educar os círculos religiosos e seus seguidores com os principais valores socialistas", declarou Xi na conferência, que teve a presença de muitos membros do Politburo.

Na China vivem centenas de milhões de budistas, cristãos e muçulmanos, que o Partido Comunista deseja "guiar", ao mesmo tempo que reprime organizações religiosas não oficiais.

Desde que Xi Jinping chegou ao poder em 2012, o governo adotou uma linha mais dura a respeito da sociedade civil e das religiões.

Na província de Zhejiang (leste), as autoridades demoliram nos últimos anos várias igrejas e retiraram crucifixos em uma campanha que afetou centenas de paróquias, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.

Na região de Xinjiang (oeste), de maioria muçulmana, fontes locais afirmam que o controle está mais rígido sobre a prática do jejum durante o mês do Ramadã.

O governo chinês afirma que os cidadãos gozam de liberdade de culto, mas que existe uma "ameaça terrorista" em Xinjiang por culpa dos extremistas islâmicos.

Nos anos 1970, Pequim desistiu de tentar erradicar a religião organizada e optou por controlar a prática religiosa através dos templos, igrejas e mesquitas autorizados, que propagam um discurso que mistura teologia com retórica comunista.

Xi disse que esta política será mantida e pediu a união das doutrinas religiosas com a cultura chinesa.

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