Peru: saiba cronologia dos acontecimentos recentes (AFP/Reprodução)
AFP
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 14h53.
O Peru vem sendo afetado por protestos após a destituição do presidente do país, o esquerdista Pedro Castillo, em 7 de dezembro, após uma tentativa fracassada de autogolpe.
Em 7 de dezembro, Castillo, de 53 anos, anuncia a dissolução do Congresso.
O anúncio ocorreu horas antes de o Parlamento debater uma terceira tentativa de impeachment contra ele.
A vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, denunciou Castillo por tentativa de "golpe de Estado".
Os congressistas ignoram a tentativa de Castillo de dissolver o Congresso e votam por esmagadora maioria por destituí-lo do cargo por "incapacidade moral" para exercer o poder.
Castillo é detido, acusado de "rebelião".
Instituições guardadas por forças de segurança em Arequipa, em 14 de dezembro de 2022
A nova presidente diz que tem a intenção de cumprir o restante do mandato de Castillo, até julho de 2026.
Centenas de manifestantes, alguns a favor e outros contra o presidente deposto, tomam as ruas de Lima.
Os Estados Unidos elogiam o Peru por garantir a "estabilidade democrática" e se comprometem a trabalhar com Boluarte.
Castillo se apresenta à Suprema Corte por videoconferência. O juiz ordena que ele permaneça em prisão preventiva.
As manifestações a favor de Castillo aumentam em todo o país com bloqueios de estradas e queima de pneus.
Boluarte apresenta um novo gabinete de perfil tecnocrático e independente, chefiado pelo ex-procurador Pedro Angulo.
Os protestos se tornam sangrentos depois que duas pessoas morrem e pelo menos cinco ficam feridas em Andahuaylas (sul) quando manifestantes tentam tomar o aeroporto da cidade.
Os protestos aumentam, em especial em cidades andinas e do norte do país.
Boluarte decreta 30 dias de estado de emergência em algumas regiões do país.
Centenas de manifestantes bloqueiam temporariamente a pista do aeroporto de Arequipa, a segunda cidade do país.
O serviço de trens entre a cidade de Cusco e a cidadela inca de Machu Picchu é suspenso.
Os procuradores pedem que Castillo seja mantido em prisão preventiva por 18 meses.
Manifestantes radicais e policiais se enfrentam em Lima, enquanto sindicatos agrários e indígenas iniciam uma "greve por tempo indeterminado", exigindo eleições gerais.
O governo de Boluarte declara estado de emergência em nível nacional por 30 dias.
O Parlamento aprova antecipar as eleições para abril de 2024. Prevê que Dina Boluarte ceda seu posto em julho de 2024 ao vencedor das eleições presidenciais.
O Ministério Público decide abrir uma investigação por "genocídio" contra Boluarte e várias outras autoridades pela repressão às manifestações.
Violentos confrontos eclodem no centro da capital durante uma grande manifestação.
Os protestos se estendem a outras partes do país. Distúrbios levam ao fechamento do complexo turístico de Machu Picchu, a cidadela inca, que passa a abrir somente nos finais de semana.
No dia 24, Lima é palco das manifestações mais violentas desde o início da crise.
Dois dias depois o governo determina que a polícia e o Exército desbloqueiem as vias.
Em 28 de janeiro, o Parlamento rejeita uma nova proposta de Dina Boluarte de antecipar as eleições para o final de 2023.
Neste dia, a primeira morte é registrada em Lima em novos confrontos que elevaram a 48 o total de mortos.