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Enquanto Equador tenta localizar líder de facção, Colômbia investiga possível fuga pela fronteira

Líder dos Choneros, José Adolfo Macias, o Fito, mantém-se fora do alcance das autoridades e é caçado dos dois lados da fronteira por Quito e Bogotá

Segurança: Equador vive dias tensos de conflito com facções criminosas ligadas ao narcotráfico (Fernando Machado/AFP/AFP)

Segurança: Equador vive dias tensos de conflito com facções criminosas ligadas ao narcotráfico (Fernando Machado/AFP/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 13 de janeiro de 2024 às 14h19.

Última atualização em 13 de janeiro de 2024 às 14h24.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou que a crise de segurança no país em meio à guerra com as facções criminosas ligadas ao narcotráfico é um problema internacional. Em um momento em que as forças de segurança equatorianas continuam as buscas por fugitivos, sobretudo por José Adolfo Macias – conhecido por Fito, líder dos Choneros, principal organização criminosa no país – autoridades da Colômbia indicaram que trabalham com a possibilidade do criminoso ter cruzado a fronteira, e acompanham o desenrolar da situação de perto.

Noboa conversou com exclusividade com a rede britânica BBC em sua primeira visita à Guayaquil, uma das cidades mais importantes do Equador e epicentro da crise na sexta-feira. O presidente de 36 anos enfrenta sua primeira crise à frente do governo, e apontou que a ajuda internacional é vital para superar à onda de violência e a atuação dos grupos criminosos.

"É encorajador ver a comunidade internacional realmente prestando atenção ao que está acontecendo aqui. Isso afeta o mundo inteiro: os narcoterroristas que operam aqui têm operações na Europa, nos EUA”, disse o presidente na entrevista. "Precisamos resolver o problema pela raiz, e a raiz do problema está aqui”.
Ajuda internacional

Países da região, como Argentina, Colômbia e Brasil ofereceram o envio de ajuda para que o Equador solucione a crise interna, enquanto os EUA anunciaram o envio da chefe do Comando Sul, general Laura Richardson, e altos funcionários antinarcóticos e diplomáticos ao país para aconselhar Noboa.

Cercado por Peru e Colômbia, dois dos maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador passou por uma deterioração severa nos últimos anos. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes saltou de 6 para 46 em cinco anos, a medida que grupos armados disputam território e as operações de envios de droga para Europa e EUA. Assim como o contexto mais amplo, a crise atual também se transformou em uma preocupação regional pela fuga de líderes do narcotráfico, em meio ao caos e a repressão do governo.

20 fugitivos

Em uma entrevista à W Radio, na sexta-feira, o comandante das Forças Militares da Colômbia, Helder Giraldo, afirmou que as autoridades do país acreditam que Fito possa ter cruzado a fronteira norte. "Há 20 fugitivos (de prisões equatorianas) aos quais estamos muito atentos. Existe uma alta probabilidade [de que a crise no Equador] deteriore as condições de segurança na fronteira com a Colômbia", disse Giraldo.

Em meio ao cenário de medo provocado pela reação das facções criminosas ao decreto de estado de "Conflito Armado Interno" assinado por Noboa — 18 pessoas morreram em cinco dias e 175 agentes penitenciários são feitos reféns, segundo agências de notícia internacionais – as forças de segurança do Equador determinaram um toque de recolher e intensificaram as buscas por criminosos foragidos nos horários restritos à população geral. Até o momento, não há nenhum sinal de Fito.

"Neste momento, estamos à procura dele. Temos algumas pistas que estamos seguindo com as forças armadas e com cooperação internacional", disse Noboa à BBC, afirmando que o paradeiro do narcotraficante ainda é desconhecido.

Segundo dados oficiais recentes, há 859 detidos desde o início da onda de violência, 57 "sequestrados" libertados, 25 fugitivos recapturados, 5 "terroristas" abatidos, além dos 18 mortos entre civis, policiais e prisioneiros.

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