O presidente venezuelano Nicolás Maduro (Marcp Bello/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2017 às 07h03.
Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 08h27.
Não muito afeito a viagens e reuniões internacionais, o presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, vai hoje à Rússia, onde participa de um evento sobre o setor energético e, claro, se encontra com o líder russo, Vladimir Putin.
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Em um anúncio dado em rede de televisão venezuelana, Maduro afirmou que irá discutir com Putin política bilateral e tratar de financiamentos, tecnologia, agricultura, comércio e cooperação militar. Mas precisa mesmo é de recursos e apoio político para se manter no poder.
Como dois grandes exportadores de petróleo, a Venezuela deve tratar com os russos sobre reduções na produção de petróleo. A pauta é importante para a Venezuela, que enfrente uma das piores crises de sua história, muito causada pela queda nos preços da commodity, que afetaram as exportações venezuelanas.
A inflação no país atingiu 800% no ano passado e estima-se que pode chegar a 2.000% no ano que vem. A economia da Venezuela deve encolher 7,4% este ano, de acordo com dados do FMI.
Mas um problema econômico ainda assola o país: a dívida. Em outubro e novembro vencem 3,5 bilhões de dólares em dívidas. O calote é um tema alarmante e recorrente porque o país está quebrado. As reservas financeiras da Venezuela estão nos menores patamares dos últimos 15 anos, em 10,6 bilhões de dólares — a maioria em ouro, motivo pelo qual alguns investidores acreditam na capacidade de pagamento.
E este deve ser um dos assuntos que Maduro irá tratar com Putin. Nos últimos 18 meses, a Rússia e sua estatal petroleira, Rosneft, arcaram com swaps de dívida para a Venezuela e sua estatal de petróleo, PDVSA, uma companhia que viu sua produção e faturamento cair com a crise.
Em caso de calote, a Rússia ficaria com a maior parte das operações de uma refinaria venezuelana nos Estados Unidos — algo que preocupa o governo Trump.
Enquanto a situação é resolvida, os venezuelanos arcam com os custos da crise. São inúmeros os protestos de falta de comida e pelo menos 110 pessoas morreram em confrontos de membros da oposição e militantes do governo.