Papa Francisco durante visita aos EUA (David Maialetti/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 22h36.
Nova York - Muitos católicos gays norte-americanos ficaram surpresos e desapontados, nesta quarta-feira, ao tomarem conhecimento de que o papa Francisco se reuniu secretamente com uma escrivã do Estado norte-americano do Kentucky que se recusou a emitir certidões de casamento para casais do mesmo sexo.
O encontro, na última quinta-feira, durante a visita de seis do papa aos EUA, abalou muitos gays católicos que esperavam um impulso em direção a uma Igreja mais inclusiva em relação a homossexuais e transgêneros.
“Foi um chute no estômago nesta manhã”, disse Nicholas Coppola, um católico nova-iorquino, referindo-se à reunião entre o papa e Kim Davis na embaixada do Vaticano em Washington.
“Estava muito esperançoso com este papa, então essa acabou sendo a maior decepção.”
Coppola disse temer que o encontro encoraje a perseguição a pessoas homossexuais e transgênero, incluindo constrangimentos e violência, em nome de convicções religiosas.
Escrivã do condado de Rowan, Kim Davis chegou a ser presa por um breve período por ter se recusado a emitir certidões de casamento para casais homossexuais, contrariando a decisão tomada pela Suprema Corte dos EUA em junho que definiu a legalidade do casamento homossexual em todos os 50 Estados norte-americanos.
Kim disse que o ato violava suas crenças cristãs, e sua atitude se tornou um símbolo da grande divisão existente na opinião pública norte-americana em relação ao casamento homossexual.