Rei Albert II, da Bélgica: país deve convocar novas eleições daqui pra frente (Mark Renders/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2011 às 14h48.
Bruxelas - O líder socialista Elio di Rupo, encarregado da formação do Governo na Bélgica, apresentou nesta sexta-feira sua demissão, que por enquanto o rei Albert II mantém suspensa.
"Dada à gravidade da situação política, o rei deseja que cada responsável político do país tome alguns dias de reflexão para medir as consequências da situação e buscar vias de solução", indicou a Casa Real belga em comunicado.
Di Rupo, segundo a nota, pediu ao monarca que o substitua em suas tarefas, depois que na quinta-feira os independentistas flamengos do N-VAI - vencedores dos últimos pleitos em junho de 2010 - rejeitassem suas propostas para a reforma do Estado e a formação de um Executivo após mais de um ano de crise política.
O comunicado do rei pode ser interpretado como uma dupla mensagem, dirigida ao N-VAI, para que negocie as bases propostas por Di Rupo e que apoiam outros partidos; e também ao próprio líder socialista, considerado durante os últimos meses como o principal candidato a primeiro-ministro.
A renúncia de Di Rupo frente à tarefa de "formador" voltaria a pôr a Bélgica em um ponto morto e transformaria definitivamente a convocação de novas eleições no cenário mais provável.
Hoje, a maior parte dos jornais belgas voltava a levantar essa possibilidade, descartada até agora pela previsível radicalização da paisagem política que poderia sair das urnas.