Mossack Fonseca: Oos procuradores brasileiros acusam Riaño de criar empresas offshore por meio da Mossack Fonseca para pagar subornos (Carlos Jasso / Reuters)
AFP
Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 17h29.
A responsável no Brasil pelo escritório de advocacia Mossack Fonseca, envolvido no escândalo "Panama Papers", María Mercedes Riaño, foi detida nesta terça-feira como parte das investigações da Lava Jato.
A Procuradoria "ordenou a detenção preventiva" de Riaño "por prazo indeterminado", confirmou à AFP Ramon Mendoza, membro da equipe de advogados de Riaño.
A prisão ocorreu na madrugada desta terça-feira na Cidade do Panamá depois de Riaño testemunhar por mais de 10 horas ante a Procuradoria Especializada na Repressão ao Crime Organizado.
Mendoza considerou que os pressupostos jurídicos da Justiça têm "equívocos conceituais", que sua cliente deverá esclarecer durante o depoimento, que continuará nesta terça-feira.
O advogado acrescentou que as atividades de Riaño no Brasil "não tiveram nenhuma incidência" no caso da Lava Jato, que revelou o amplo esquema de corrupção envolvendo construtoras, governos e políticos na América Latina entre 2005 e 2014.
Os procuradores brasileiros também acusam Riaño de criar empresas offshore por meio da Mossack Fonseca para pagar subornos.
Os fundadores do Mossack Fonseca, Jürgen Mossack e Ramón Fonseca Mora, foram detidos na semana passada no Panamá por um suposto esquema de lavagem de dinheiro.
A procuradora panamenha Kenia Porcell afirmou na quinta-feira passada que essa empresa é uma "organização criminosa dedicada a ocultar bens e dinheiro de origem suspeita" e serve para "eliminar evidências dos envolvidos nas atividades ilícitas relacionadas com o caso da 'Lava Jato'".
"Riaño está colaborando com a Procuradoria do Panamá para traçar uma imagem objetiva da situação e onde ela, como pessoa e subalterna, não teve maior participação", afirmou Mendoza.
Fonseca Mora declarou pouco antes de sua detenção que a empresa "não tem nada a ver" com a 'Lava Jato'.