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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - O estabelecimento de metas detalhadas de corte de emissão de gases de efeito estufa e a consequente taxação aos mais poluentes, em estudo no governo, enfrenta oposição de parte do empresariado. Mesmo as empresas engajadas em reduzir os efeitos do aquecimento global avaliam que serão necessários incentivos oficiais à transição para a economia de baixo carbono. "Ainda há resistências, o Brasil assumiu metas sem ter a unanimidade do setor empresarial", disse Caio Magri, que participa do grupo de trabalho Empresas pelo Clima, do qual fazem parte CPFL Energia, Camargo Corrêa, Odebrecht, Bradesco, Vale, Votorantim, Alcoa, Natura, Andrade Gutierrez, Suzano e Light.
Estudo do Ministério da Fazenda prevê o estabelecimento de tetos de emissão e a criação de um mercado interno de créditos de carbono, em que as empresas mais poluentes teriam de comprar títulos para compensar o lançamento extra de gases do aquecimento global na atmosfera. A proposta faz parte da regulamentação das metas de corte de emissões previstas na Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima, sancionada no final do ano passado. Por enquanto, essas metas não saíram do papel.
"Para o mercado local funcionar, é preciso que haja metas obrigatórias de redução e também benefícios", disse Marco Antonio Fujihara, da Key Associados, que atua no mercado de carbono europeu. A BM&FBovespa, onde os títulos de redução de emissão seriam negociados, não se manifestou sobre o potencial do futuro mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.