Há 11 dias o premiê britânico, David Cameron vetou em Bruxelas um novo tratado para impor disciplina fiscal na Eurozona (Eric Feferberg/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 10h49.
Londres - Vinte líderes empresariais pediram nesta terça-feira, através de uma carta publicada pelo jornal Daily Telegraph, que o governo britânico garanta a viabilidade do euro e se mantenha extremamente envolvido no processo de tomada de decisões da União Europeia (UE).
"A Grã-Bretanha tem total interesse na sobrevivência do euro e portanto devemos fazer todo o possível para assegurar que sejam tomadas as medidas necessárias para garantir sua viabilidade", disseram os empresários, entre os quais figuravam o fundador da Virgin, Richard Branson, o ex-comissário europeu de Comércio, Leon Brittan, e o vice-presidente da Shell, John Kerr.
A publicação da carta acontece 11 dias depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ter vetado em Bruxelas um novo tratado para impor disciplina fiscal na Eurozona e enviar uma mensagem forte aos mercados sobre a vontade de resolver a crise da dívida.
Os empresários expressaram, no entanto, sua satisfação pela decisão posterior de Cameron em participar, como observador, nas negociações do novo pacto fiscal acordado entre os outros 26 países do bloco.
"É imprescindível que não fiquemos de foram quando forem tomadas decisões importantes", disse o grupo, que inclui também diretores do gigante das telecomunicações, BT, da Eurostar, da agência de publicidade WPP, da mineradora Rio Tinto e do banco japonês Nomura. "A medida em que surgirem oportunidades nos próximos meses para que o Reino Unido volte a participar do processo de tomada de decisões na Europa, devemos aproveitá-las", completaram.
Segundo o grupo, o mercado único é muito importante para o Reino Unido, pois a UE é seu maior sócio comercial e, de acordo com estimativas do próprio governo, três milhões de empregos britânicos dependem destas exportações.
"Proteger este mercado único deve ser a base de nosso relacionamento com a Europa e podemos atingir esse objetivo através da participação nas decisões", concluíram.