Duas esculturas da coleção Bergé em exposição na Christie's em Paris em fevereiro de 2009: as peças foram roubadas do Palácio de Verão pelas tropas franco-britânicas (Francois Guillot/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2013 às 12h04.
Pequim - Duas esculturas procedentes do saque do Palácio de Verão de Pequim em 1860 serão restituídas a China, anunciou um porta-voz do grupo dirigido pelo empresário francês do setor de luxo Henri Pinault, cuja família adquiriu as peças após um polêmico leilão em 2009.
Pinault, presidente do grupo Pinault-Printemps-Redoute (PPR), anunciou diretamente ao presidente chinês, Xi Jinping, durante um jantar de Estado oferecido na quinta-feira por Pequim ao presidente francês François Hollande, afirmou o porta-voz, que pediu anonimato.
As peças roubadas do Palácio de Verão pelas tropas franco-britânicas durante a Segunda Guerra do Ópio (1856-1860) são duas esculturas de bronze que representam cabeças de animais - um rato e um coelho - do zodíaco chinês, da época do imperador Qianlong (1736-1795).
Foram leiloadas em 2009 pela Christie's, durante a venda da coleção de obras de arte de Pierre Bergé e de seu companheiro, o estilista Yves Saint-Laurent, que faleceu no ano anterior.
A China tentou impedir o leilão na justiça, mas a venda aconteceu em fevereiro de 2009.
As peças de bronze foram vendidas por 14 milhões de euros cada por um comprador anônimo.
O misterioso comprador se identificou um mês depois como Cai Mingchao, funcionário do Fundo de Tesouros Nacionais, uma fundação privada que tem a missão de adquirir obras de arte chinesas espalhadas pelo mundo.
Mas Cai informou que se negava a pagar a quantia anunciada no leilão.
Posteriormente, a família Pinault comprou as duas peças, segundo o porta-voz do PPR. O preço não foi informado, mas a fonte destacou que não foi o mesmo do leilão.
Henri Pinault integra a delegação de quase 60 empresários que acompanha Hollande em sua primeira visita oficial a China.