Marcelo Hofke: gerente-geral da Odebrecht na República Dominicana revelou a procurador que o grupo entregou 92 milhões de dólares a Rondón entre 2001 e 2014 (Erika Santelices/AFP)
AFP
Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 09h43.
Última atualização em 13 de janeiro de 2017 às 09h44.
Um empresário dominicano que recebeu 92 milhões de dólares entre 2001 e 2014 da Odebrecht é investigado pela Procuradoria Geral da República Dominicana sob suspeita de subornar funcionários públicos no país.
O procurador dominicano Jean Alain Rodríguez informou nesta quinta-feira que solicitou ao empresário Ángel Rondón documentos que comprovem que este valor não foi destinado a subornos da Odebrecht para obter contratos de obras públicas no país.
"Pedimos comprovantes de pagamentos e extratos de movimentações bancárias envolvendo este dinheiro", declarou o funcionário, que interrogou Rondón nos dois últimos dias.
O gerente-geral da Odebrecht na República Dominicana, Marcelo Hofke, revelou na terça-feira passada ao procurador que o grupo entregou 92 milhões de dólares a Rondón entre 2001 e 2014, valor e período que coincidem com os subornos pagos a funcionários dominicanos.
Mas segundo Hofke, o empresário "recebeu os 92 milhões de dólares por um contrato de representação comercial".
De acordo com as investigações, os subornos foram pagos durante os governos dos presidentes Hipólito Mejía, Leonel Fernández e Danilo Medina.