Navio chinês: estudo mostra que poluentes emitidos por navios têm um impacto substancial na saúde humana (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 21h06.
O crescimento da poluição relacionada ao tráfego marítimo no leste da Ásia provoca milhares de mortes prematuras por ano, além de contribuir para o aquecimento global, segundo um estudo publicado na segunda-feira na revista científica Nature Climate Change.
Entre 14.500 e 37.500 mortes prematuras por ano na região podem ser atribuídas às emissões dos navios, de acordo com a pesquisa realizada pelas universidades de Tsinghua (China) e Duke (Estados Unidos).
"Descobrimos que as emissões dos navios têm um impacto substancial na saúde humana", afirma o estudo.
Desde 2005, o tráfego marítimo na Ásia mais do que dobrou.
As emissões resultantes desse crescimento representaram 16% do dióxido de carbono (CO2) emitido pelo tráfego marítimo mundial em 2013, contra 4-7% no período de 2002-2005.
A equipe de cientistas chineses e americanos estudou as emissões de mais de 18.000 navios na região em 2013 - gases do efeito estufa (CO2, metano), que aumentam as temperaturas, e poluentes do ar (óxido nítrico, dióxido de enxofre, partículas finas), que afetam a saúde.
A equipe calculou que a poluição dos navios foi responsável por cerca de 18.000 mortes na China, 3.600 no Japão, 1.100 em Taiwan, Hong Kong e Macau, 800 na Coreia do Sul e 600 no Vietnã.
Um relatório anterior mostrou que 70% das emissões ocorrem em um raio de até 400 km da costa.
"Visto que grande parte dos navios estão registrados em outros lugares, são necessários esforços conjuntos para reduzir as emissões e limitar os impactos do transporte marítimo da região no clima e na saúde", afirmam os pesquisadores.
De acordo com a Organização Marítima Internacional, entre 2007 e 2012 o transporte marítimo gerou 2,8% das emissões de gases de efeito estufa provocadas pelo homem.