Termelétrica na Inglaterra: a crise na Europa tirou o ímpeto da indústria e derrubou as emissões de CO2 (Christopher Furlong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2012 às 16h00.
As emissões de gás carbônico (CO2) atingiram em 2011 um novo recorde mundial. É o que mostra relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE), com sede em Paris. De acordo com o levantamento, houve alta de 3,2% em relação ao ano anterior. A emissão de CO2 na atmosfera chegou a 31,6 giga toneladas em 2011 - 1 giga tonelada a mais do que em 2010. Cada giga tonelada equivale a 1 bilhão de toneladas.
Desse total, 45% das emissões correspondem à queima de carvão, seguido da queima de óleo (35%) e de gás natural (20%). O último recorde havia sido registrado em 2010, quando a emissão atingiu 30,6 giga toneladas. Até então, o recorde datava de 2008, quando os níveis de CO2 lançados na atmosfera alcançaram 29,3 giga toneladas.
Os campeões — A China foi o principal emissor global, com um aumento de 9,3% em suas emissões. Os chefes da AIE, contudo, estão otimistas em relação aos efeitos das ações chinesas para reduzir a poluição. "O que a China tem feito ao longo de um período tão curto de tempo para melhorar a eficiência energética e implantar energia limpa já está pagando dividendos importantes para o meio ambiente global", disse Fatih Birol, economista-chefe da AIE. Entre 2005 e 2011 o país conseguiu reduzir as emissões de CO2 em 15%.
Depois da China, Estados Unidos e União Europeia aparecem como os principais emissores. A Índia ocupa o quarto lugar, com um aumento de 8,7% em suas emissões. As emissões do Japão subiram 2,4%, já que o país passou a usar mais combustíveis fósseis após os estragos na usina nuclear de Fukushima, no ano passado.
Queda — Ainda que os Estados Unidos estejam na lista dos maiores emissores de CO2, ocupando a segunda posição, o país apresentou uma queda de 1,7% em relação ao ano anterior. Essa redução foi causada principalmente pela substituição de usinas a carvão para gás natural e refletem também o inverno mais brando do ano passado, que reduziu a demanda por aquecimento.
Rio +20 — O relatório foi divulgado a menos de um mês do início da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que vai reunir autoridades do mundo todo no Rio de Janeiro para discutir, entre outras questões, o problema do aquecimento global.