Ano passado foi o menor nível de emissões de gases desde 1995: a Terra agradece (Nasa/Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2010 às 10h04.
São Paulo - Estimativa da quantidade de gases causadores de efeito estufa lançados na atmosfera pelo Brasil indica que as emissões de carbono caíram 19% em quatro anos. Além disso, no ano passado foi registrado o menor nível de emissões desses gases desde 1995.
Anunciada pelo governo a menos de um mês da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, em Cancún, no México, essa estimativa aponta que o Brasil poderá cumprir com alguma folga as metas de redução das emissões.
A projeção, feita pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e lançada em cerimônia ontem no Palácio do Planalto, é resultado sobretudo da queda do ritmo de desmatamento na Amazônia. No ano passado, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram a menor taxa de desmatamento em 20 anos no bioma. Nova redução deverá ser anunciada no mês que vem.
O desmatamento ainda é a principal fonte de emissão de gás carbônico e demais gases de efeito estufa no País. Em 2005, último ano contemplado no segundo inventário nacional das emissões, a participação do desmatamento - não só na Amazônia - foi de 61%. A agricultura vem logo em seguida no ranking, com 19% das emissões.
O setor de energia, que inclui os poluentes lançados por carros, ônibus e caminhões, foi responsável por 15% das emissões. Processos industriais, liderados pela produção de cimento, respondem, no retrato das emissões de 2005, por 3% do total. O tratamento de resíduos, que inclui as emissões de aterros sanitários, é o setor com a menor participação.
Em 2005, segundo o inventário submetido à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o País emitiu 2,192 gigatoneladas de gases de efeito estufa em medida equivalente de dióxido de carbono (soma das emissões de todos os gases de efeito estufa convertida em CO2).
Em 2009, com base na estimativa feita por Rezende, as emissões caíram para 1,775 gigatoneladas de carbono equivalente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.