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Emergentes não devem superar os EUA e a Europa como líderes econômicos

De acordo com Rodrik, países como China e outros emergentes enfrentam uma série de desafios, que devem tornar difícil que eles alcancem o nível dos países desenvolvidos

O presidente americano Barack Obama discursa durante o encontro do G20 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

O presidente americano Barack Obama discursa durante o encontro do G20 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2011 às 22h53.

Nova York - As potências emergentes não devem superar os EUA e a Europa tão em breve como se pensa, segundo um trabalho apresentado nesta sexta-feira, 26, por Dani Rodrik, economista e professor da Universidade de Harvard, durante a conferência anual do Federal Reserve, em Jackson Hole.

De acordo com Rodrik, países como China e outros emergentes enfrentam uma série de desafios, que devem tornar difícil que eles alcancem o nível dos países desenvolvidos. "Uma convergência rápida é possível, em princípio, mas na prática ela é improvável", escreveu o pesquisador. "Uma convergência sustentável deve permanecer limitada a um pequeno número de países".

Segundo o pesquisador, "a diferença entre os países desenvolvidos e aqueles ainda em desenvolvimento hoje é praticamente a mesma da década de 1950 (embora tenha diminuído um pouco na última década)". Como consequência, "a taxa de crescimento potencial (dos emergentes) é tão alta como tem sido desde o fim da Segunda Guerra Mundial".

No trabalho, Rodrik afirma que Brasil e México, que se tornaram símbolos da nova mentalidade política dos mercados emergentes, têm registrado taxas de crescimento recentemente que são apenas uma pequena fração do observado entre 1950 e 1980. "Isso não pode ser explicado pelo crescimento ter se tornado mais difícil ao longo do tempo: a diferença entre esses países e as economias desenvolvidas era maior em 2000 do que em 1950".

Ele afirma que, em 1950 a renda per capita do Brasil representava 30% da renda per capita média dos países desenvolvidos. Em 2000, esse porcentual caiu para 24%.

O trabalho de Rodrik é uma tentativa de conter a crescente crença de que o mal-estar que afeta a economia dos EUA e Europa está abrindo caminho para a dominância de países antes considerados emergentes. Os receios são particularmente acentuados devido ao rápido crescimento da China. Mas o professor de Harvard não acredita que os chineses vão "dominar o mundo".

"O crescimento no mundo em desenvolvimento não deve depender do crescimento dos países desenvolvidos, mas da diferença dos níveis de produtividade dos dois grupos de países - em outras palavras, do 'intervalo de convergência'. O ritmo no qual as economias em desenvolvimento podem alcançar os países desenvolvidos é determinado pela habilidade delas em absorver ideias e conhecimento da fronteira tecnológica (dos países desenvolvidos)", diz Rodrik.

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