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Embaixador ucraniano na ONU teme incursão russa no leste

Embaixador ucraniano na ONU em Genebra disse que há indícios de que a Rússia estaria pronta para realizar uma intervenção no leste e no sul da Ucrânia


	Soldados uniformizados marcham em formação em Simferopol, capital da Crimeia: embaixador explicou que se detectaram movimentos de ativistas pró-Rússia
 (Vasily Fedosenko/Reuters)

Soldados uniformizados marcham em formação em Simferopol, capital da Crimeia: embaixador explicou que se detectaram movimentos de ativistas pró-Rússia (Vasily Fedosenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 12h57.

Genebra - O embaixador ucraniano nas Nações Unidas em Genebra, Yuri Klimenko, afirmou nesta quinta-feira que "há indícios" de que a Rússia estaria pronta para realizar uma intervenção no leste e o sul da Ucrânia, mas não deu detalhes a respeito.

Em um encontro com jornalistas, o embaixador explicou que nos últimos dias se detectaram movimentos de ativistas pró-Rússia que levavam identificações dos serviços de segurança russa na região de Kherson.

O embaixador também explicou que, no fim de semana passado, paraquedistas russos "aterrissaram, supostamente por erro, em território ucraniano, em lugar de fazê-lo na Rússia".

"É preciso verificar todas essas informações, mas parece que há indícios de que a Rússia estaria pronta para realizar uma intervenção no leste e no sul da Ucrânia", em regiões com um alto índice de população de origem russa, afirmou.

"A presença militar russa não se limita à Crimeia", afirmou Klimenko.

Perguntado ao respeito, não deu mais detalhes sobre esse possível desdobramento de forças russas no leste e sul do país, após a intervenção militar e posterior anexação da república autônoma da Crimeia.

Além disso, em uma primeira intervenção, Klimenko citou o uso e plantação de minas terrestres na região, mas questionado posteriormente a respeito disse que essa informação provinha de uma ONG baseada em Genebra e que se devia verificar para confirmá-la.

O embaixador deixou claro que a Ucrânia "está pronta para defender seu território com todos os meios disponíveis".

"Nós estamos comprometidos, no entanto, com encontrar uma solução pacífica", deixou claro o embaixador, quem reiterou que o uso da força é "o último recurso".

Dito isso, afirmou que Crimeia continua sendo ucraniana e que não se aceitou o fato de que agora faça parte integrante da Rússia, embora também não tenha especificado que ações concretas pode empreender o governo interino de Kiev para recuperá-la, além da pressão diplomática.

Interrogado sobre qual acredita ser o objetivo final do presidente russo, Vladimir Putin, Klimenko respondeu: "Os atos falam por si mesmos".

"Há dois anos foi a Geórgia, agora é a Ucrânia, ontem o ministro das Relações Exteriores russo falou da minoria russa na Estônia, há tensões na fronteira com a Moldávia... parece claro que há sérias tentativas de expandir seu território", concluiu.

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