Presidente Humala aceitou demissão de embaixador do Peru na Argentina (Ernesto Benavides/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2012 às 13h59.
Lima - O embaixador do Peru na Argentina, Nicolás Lynch, apresentou sua renúncia, que foi aceita neste domingo pelo presidente Ollanta Humala, após a controvérsia originada por ter recebido defensores do Sendero Luminoso na legação diplomática em Buenos Aires.
Lynch chegou a Lima na sexta-feira chamado pelo chanceler, Rafael Roncagliolo, para que explique as circunstâncias da reunião que manteve em janeiro com militantes do Movadef, um movimento que pede a anistia para o fundador do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, condenado à prisão perpétua por terrorismo.
'Recebi todos os grupos que me procuraram. Me sentei para conversar com eles, vieram os senhores do Movadef e me deram suas exigências, mas também vieram os ambientalistas. Transmiti tudo isto a Lima', disse Lynch em entrevista a uma rádio peruana nesta semana.
Em sua carta de renúncia apresentada ao presidente Humala, Lynch disse sentir-se ofendido ou incomodado porque ultimamente 'as embaixadas peruanas no exterior não são as casas de todos os peruanos, como se um peruano por ser criminoso ou terrorista deixasse de ser peruano'.
Humala aceitou a renúncia de Lynch e cancelou suas cartas credenciais na Argentina, segundo a resolução suprema publicada hoje no diário oficial 'El Peruano'.
A vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, Lourdes Alcorta, declarou que Lynch 'teve o descaramento de ofender 30 milhões de peruanos ao receber o Movadef e terroristas na embaixada'.