O embaixador ressaltou ainda que a China está desenvolvendo novas tecnologias para biocombustíveis e para a energia eólica (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2012 às 13h51.
Rio de Janeiro - O embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, disse que a contribuição chinesa à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorrerá no Rio de Janeiro, em junho, deverá ser significativa, uma vez que o país é um dos maiores investidores do mundo em energias renováveis.
A Rio+20 está centrada em dois grandes temas – economia verde e governança global voltada ao meio ambiente. Na área da economia verde, Hugueney lembrou que a China tem o maior parque eólico e o segundo parque solar do mundo, e está investindo em energia nuclear e hidrelétrica. “A China tem, como um de seus objetivos, mudar a sua matriz energética. E há uma consciência grande do governo chinês para o fato de que é preciso transformar a economia, no sentido mais da proteção ambiental”.
Segundo o embaixador, o crescimento chinês à taxa de 10% ao ano em um período de 30 anos e o investimento maciço em infraestrutura, entre outros fatores, levaram a um esgotamento ambiental no país. “Há um processo de erosão, processo de destruição dos solos, de contaminação dos rios, a poluição do ar é muito alta nas grandes cidades.”
De acordo com ele, existe uma consciência do governo chinês da necessidade de promover mudanças, inclusive na área ambiental. O governo chinês está convicto, também, da necessidade de tratar desse tema no âmbito internacional. Os países do chamado grupo Basic (Brasil, Índia, China e África do Sul) se reúnem periodicamente para discutir questões na área ambiental.
Segundo Clodoaldo Hugueney, a atuação do Basic foi importante para que os resultados obtidos na Conferência de Durban, realizada na África do Sul, em dezembro do ano passado.
A conferência foi encerrada com um acordo que estendeu o Protocolo de Quioto por um período de cinco anos, além do prazo previsto de encerramento, que seria 2012. O documento traçou também projeto para um acordo global em 2015, visando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A China, assim como o Brasil, disse Hugueney, defende o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, em matéria de mudanças climáticas. “Mas a China, como o Brasil, está disposta e reconhece que deve dar uma contribuição”.
O embaixador ressaltou ainda que a China tem muito a mostrar durante a Rio+20, na área tecnológica, em que está desenvolvendo novas tecnologias para biocombustíveis e para a energia eólica, por exemplo.