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Embaixador equatoriano defende caso de Assange

O embaixador transmitiu a vontade do Equador "de resolver a situação de Assange dentro do respeito ao sistema internacional de direitos humanos das ONU"


	Assange: "Expressei nossa preocupação de que transgredir a resolução no caso de Assange abriria um precedente negativo"
 (Geoff Caddick/AFP)

Assange: "Expressei nossa preocupação de que transgredir a resolução no caso de Assange abriria um precedente negativo" (Geoff Caddick/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 14h59.

Londres - O embaixador do Equador em Londres, Carlos Abade, se reuniu nesta terça-feira com o secretário de Estado de Relações Exteriores do Reino Unido, Hugo Swire, para tratar do caso do fundador do Wikileaks, Julian Assange, refugiado na missão equatoriana desde junho de 2012 para evitar sua extradição à Suécia.

Abade transmitiu a Swire a vontade do Equador "de resolver a situação de Julian Assange dentro do respeito ao sistema internacional de direitos humanos das Nações Unidas", organismo que em fevereiro se pronunciou a favor do australiano.

"Expressei nossa preocupação, compartilhada pelo alto comissário da ONU de direitos humanos, de que transgredir a resolução das Nações Unidas no caso de Julian Assange abriria um precedente negativo na comunidade internacional", segundo o comunicado publicado no site da embaixada.

O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU concluiu que a retenção de Assange foi "arbitrária", e pediu ao Reino Unido e à Suécia que acabem com ela, além de lembrar que sua decisão é vinculativa, o que os países se recusaram.

Abade também esclareceu que o governo de Quito "não interferiu nos procedimentos judiciais requeridos pela promotoria sueca, que, por sua vez, ainda não cumpriu os processos padrão para a cooperação judicial internacional descritos em um acordo bilateral assinado recentemente entre Suécia e Equador".

Por enquanto, o Foreign Office não se pronunciou sobre o conteúdo da reunião, que durou em torno de meia hora.

A Suécia quer interrogar Assange por um suposto crime sexual que ele nega e do qual não chegou a ser formalmente acusado.

Após anos sem avanços, Suécia e Equador assinaram em 11 de dezembro um acordo de assistência legal para facilitar o cumprimento de diligências judiciais e para poder interrogar o jornalista na delegação diplomática.

A promotoria sueca, que até ano passado tinha se negado a colher o depoimento de Assange na embaixada equatoriana em Londres e insistia em sua extradição, anunciou em fevereiro que enviaria um pedido para fazê-lo.

No entanto, no último dia 22 os advogados de Assange solicitaram à justiça sueca a retirada da ordem europeia de detenção que levou o australiano à prisão em 2010 e propiciou a abertura de processo legal no Reino Unido.

Seus representantes apelaram à sentença da ONU, que não foi cumprida até agora por Suécia e Reino Unido, este último comprometido a prender o fundador do Wikileaks se ele deixar a embaixada do Equador, país de quem recebeu asilo político.

Se nada mudar, Assange completará em 19 de junho quatro anos refugiado na missão equatoriana em Londres. Ano passado foi encerrado um longo processo legal na justiça britânica, que decidiu a favor de sua entrega à Suécia.

O jornalista, de 44 anos, quer evitar sua extradição ao país escandinavo porque teme ser enviado depois aos Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelos segredos da segurança americano revelados pelo Wikileaks.

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