Irã: iranianos homenageiam vítimas da queda de um Boeing 737-800, atingido por um míssil das forças armadas do país (Nazanin Tabatabaee/WANA (West Asia News Agency)/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de janeiro de 2020 às 10h09.
Teerã - O embaixador do Reino Unido em Teerã, Robert Macaire, negou neste domingo ter participado de um protesto contra o governo, após sua breve detenção no dia anterior pelas forças de segurança iranianas.
"Posso confirmar que não participei de nenhuma manifestação. Fui a um evento anunciado como uma vigília para as vítimas da tragédia #PS752", disse o diplomata em uma mensagem no Twitter, referindo-se ao avião ucraniano abatido por engano pelo Irã com 176 pessoas a bordo.
Macaire explicou que é "normal querer prestar homenagem" às vítimas, já que entre os passageiros falecidos havia três cidadãos britânicos.
"Saí depois de cinco minutos, quando alguns começaram a cantar palavras de ordens", disse o embaixador britânico.
Ontem, centenas de pessoas se reuniram na porta da Universidade de Tecnologia Amir Kabir para acender velas em homenagem aos mortos, mas a vigília logo resultou em um protesto contra as autoridades iranianas.
A polícia acabou dispersando a multidão que gritava palavras de ordens como "a renúncia (dos responsáveis) não é suficiente, um julgamento é necessário" ou "Morte ao ditador", em referência ao líder supremo, Ali Khamenei.
Nesse contexto, Macaire foi preso "meia hora depois de deixar a área", disse o próprio embaixador, lembrando que a prisão de diplomatas é "ilegal em todos os países".
O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominc Raab, denunciou ontem à noite que a prisão do embaixador "sem razão e sem explicação é uma flagrante violação do direito internacional".
A mídia oficial iraniana acusou o embaixador de coordenar os protestos e indicou que ele será convocado pela Chancelaria iraniana, que disse que está aguardando o relatório da polícia. EFE