Líderes da oposição se manifestam contra a lei que proíbe americanos de adotarem crianças russas: a lei entrou em vigor em 1 de janeiro de 2013 (Andrey Smirnov/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 09h49.
Moscou - O embaixador americano na Rússia, Michael McFaul, se negou nesta quinta-feira a comparecer ao Parlamento russo, onde foi convocado a depor pelo caso da morte de um menino russo adotado nos Estados Unidos.
"Segundo as regras, os embaixadores americanos não participam nas sessões parlamentares estrangeiras. Os embaixadores russos fazem isto", escreveu McFaul no Twitter.
Na quarta-feira, a presidente da Comissão da Família e Infância da Duma (a câmara baixa do parlamento), Elena Mizulina, pediu ao embaixador que apresentasse explicações pela morte no Texas de um menino russo de 3 anos.
O secretário do Kremlin para os direitos da infância, Pavel Astajov, aumentou a polêmica sobre os menores de idade adotados nos Estados Unidos ao afirmar que a morte da criança no Texas foi provocada pela mãe adotiva.
O anúncio aumentou a tensão entre Rússia e Estados Unidos, que passam por uma crise desde a proibição de famílias americanas de adotar crianças russas.
Alexei Pushkov, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Duma, criticou a recusa do embaixador americano, que para ele mostrou que seu país "não está disposto a um diálogo sério sobre o problema".
A lei russa que proíbe os americanos de adotar crianças russas entrou em vigor em 1 de janeiro de 2013.
A medida é uma resposta à "lista Magnitski", uma lei que o presidente Barack Obama promulgou e que não permite viagens aos Estados Unidos de dirigentes russos envolvidos na morte na prisão, em 2009, do advogado Serguei Magnitski ou em outras violações dos direitos humanos.
A lei contra as adoções leva o nome de Dima Yakovlev, um menino russo adotado nos Estados Unidos em 2008 e que morreu quando seu pai adotivo americano o esqueceu dentro de um carro em plena onda de calor.