Fachada do Banco do Vaticano: no total, duas dúzias de países ainda têm contas na instituição, inclusive o Brasil (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2013 às 10h19.
Genebra - O governo brasileiro terá de fechar a conta que mantém no Banco do Vaticano. O papa Francisco deve ordenar que, até o final do ano, embaixadas estrangeiras encerrem suas contas na instituição.
Nesta terça-feira, 01, em um gesto inédito em 125 anos, o banco publicou suas contas e revelou o que há em seus cofres. Alvo de investigações por lavagem de dinheiro, a instituição mudou de postura após Francisco assumir o trono de Pedro.
O pontífice tomou a decisão após ser alertado de que essas contas podem estar sendo usadas para transações suspeitas. O temor é de lavagem de dinheiro ou outros crimes financeiros. Foram observados saques em valores elevados realizados, por exemplo, pelas embaixadas do Irã, Iraque e Indonésia.
Segundo o Banco do Vaticano, as explicações para a movimentação eram "vagas". Um dos argumentos seria uso do dinheiro para a reforma de embaixada.
No total, duas dúzias de países ainda têm contas no Banco do Vaticano. O Itamaraty confirmou que o Brasil é um deles. A conta é usada para fazer pagamentos locais e atender aos gastos da embaixada do Brasil perante à Santa Sé.
Apesar de oficialmente não existir nenhuma suspeita em relação ao Brasil, o País também será afetado pela medida.
Transparência
Nesta terça o Banco do Vaticano apresentou pela primeira vez desde sua fundação seus resultados financeiros. A receita da instituição aumentou quatro vezes em 2012 em relação a 2011, chegando a um total de 86,6 milhões de euros. Com isso, a instituição pode dar no ano passado ao escritório do papa lucros de 50 milhões de euros para que ele destinasse a caridade e outras obras.
O Banco do Vaticano admite que 2013 não será tão positivo quanto 2012, em parte por causa das reformas internas e por conta das taxas de juros.
Ainda assim, o informe revela que a Santa Sé mantém em seus cofres mais de 41 milhões de euros em moedas, metais preciosos e ouro. O Vaticano tem um imobiliária e herdou propriedades no valor de quase 2 milhões de euros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.