Palestinos protestam contra expropriações de Israel: a mensagem foi recebida com críticas pelo uso político de um símbolo cristão e acusada de racismo (©AFP / Jaafar Ashtiyeh)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 18h21.
Jerusalém - A embaixada de Israel em Dublin publicou em sua conta no Facebook que se Jesus e Maria estivessem vivos provavelmente seriam linchados em Belém por serem judeus que não contavam com proteção.
A cidade onde Jesus nasceu é hoje parte da Cisjordânia, na Palestina. O comentário no Facebook gerou polêmica nas redes sociais e foi apagado pouco depois com um pedido de desculpas.
''Uma reflexão para o Natal... Se Jesus e Maria estivesses vivos hoje, eles seriam, como judeus sem proteção, linchados em Belém por palestinos hostis. Só uma reflexão'', dizia a mensagem. O comentário veio acompanhado por uma imagem de Jesus e Maria.
A mensagem foi recebida com críticas pelo uso político de um símbolo cristão e acusada de racismo.
Uma montagem divulgada no Facebook como crítica ao comentário mostra Jesus e Virgem Maria em uma famosa foto que mostra judeus radicais humilhando uma palestina expulsa de sua casa para dar lugar a colonos no bairro palestino de Sheikh Yarrah, em Jerusalém Oriental.
Outra montagem mostra um diálogo entre Jesus e Maria em hebraico no qual Cristo responde que pior que judeu em Belém, é ser palestino em Hebron, a única cidade cisjordaniana com um assentamento judaico em seu interior.
A embaixada argumentou que o comentário foi feito ''sem o consentimento do administrador da página do Facebook'' e pediu ''desculpas para quem tenha se ofendido''.
A conta da missão diplomata israelense em Dublin é administrada pela vice-embaixadora Nurit Tinari-Modai, esposa do embaixador Boaz Modai, segundo a edição digital do jornal israelense ''Haaretz''.
Nurit já se viu envolvida em polêmicas anteriores: em junho, o ''canal 10'' da televisão israelense revelou uma mensagem dela enviada ao ministério das Relações Exteriores com críticas aos ativistas israelenses pela paz.
''A atividade desses ativistas contra o Estado (de Israel) não é, ao meu julgamento, necessariamente ideológica, mas baseada em motivos psicológicos (geralmente de decepção com seus pais, problemas de identidade sexual) ou a necessidade de obter um visto em um país europeu'', escreveu.