Mundo

Em Sochi, secretário-geral da ONU condena ataques a gays

Ban Ki-moon lembrou que muitos atletas profissionais, gays e heterossexuais, têm se manifestado contra o preconceito e a discriminação

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 09h58.

Sochi - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou, nesta quinta-feira, ataques e discriminação contra homossexuais.

Ban, que está no balneário russo de Sochi, onde serão realizados os Jogos Olímpicos de Inverno, tratou da questão que tem ofuscado os preparativos para os jogos.

Em discurso para o Comitê Olímpico Internacional (COI) um dia antes da abertura da Olimpíada, Ban também reiterou seu pedido para que povos em guerra ao redor do mundo baixem suas armas durante os jogos.

Ban lembrou que muitos atletas profissionais, gays e heterossexuais, têm se manifestado contra o preconceito e a discriminação. "Devemos levantar nossas vozes contra ataques contra lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais", disse ele.

"Devemos nos opor às detenções, prisões e restrições discriminatórias que essas pessoas enfrentam."

As declarações do secretário-geral acontecem num momento em que ativistas e manifestantes intensificaram sua campanha contra a lei russa que restringe as atividades pelos direitos dos homossexuais.

O Human Rights Watch postou um vídeo nesta semana no YouTube que mostra gays russos sendo intimidados, perseguidos e espancados. Segundo o grupo, as imagens foram compiladas de vídeos postados pelos agressores.


"Nenhum tipo de ódio deve ter lugar no século 21", disse Ban. "A Olimpíada mostra o poder do esporte de unir pessoas independentemente da idade, raça, classe social, religião, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero", disse Ban.

Na quarta-feira, manifestantes em várias cidades do mundo criticaram os principais patrocinadores dos jogos, pedindo que eles se declarem contra a lei russa aprovada em julho pelo presidente Vladimir Putin.

A legislação torna ilegal "propaganda" pró-gay que à qual menores possam ter acesso. Críticos dizem que a legislação é tão restritiva e vaga que praticamente impede qualquer expressão pública de apoio aos direitos dos gays.

"Eu sei que tem havido alguma controvérsia sobre a questão", disse Ban aos jornalistas após o discurso. "Ao mesmo tempo, eu estimo o presidente Putin por sua garantia de que não haverá discriminação e que pessoas de diferentes orientações sexuais são bem vindas para competir e aproveitar os Jogos Olímpicos."

O presidente do COI, Thomas Bach, disse várias vezes que Putin deu a ele garantias de que não haverá discriminação de qualquer tipo durante os jogos.

A visita de Ban a Sochi acontece depois de vários líderes mundiais decidirem não comparecer aos jogos, dentre eles o presidente President Barack Obama, seu colega alemão Joachim Gauck e o presidente francês François Hollande. Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:EsportesGaysLGBTOlimpíadasOlimpíadas de InvernoONUPreconceitos

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica