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Em seu segundo mandato, Trump reforma o Salão Oval ao seu gosto: brilhante e dourado

Presidente americano encheu escritório oficial na Casa Branca com copos dourados, retratos de predecessores e um mapa do 'Golfo da América'; o objeto mais inusitado é sua ficha policial

Donald Trump: presidente dos EUA preencheu as paredes do salão oval com decorações douradas (Mandel NGAN/AFP)

Donald Trump: presidente dos EUA preencheu as paredes do salão oval com decorações douradas (Mandel NGAN/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 20 de março de 2025 às 20h40.

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O 47º presidente americano, Donald Trump, prometeu uma nova "era dourada" para os Estados Unidos. E cumpriu sua promessa, pelo menos no Salão Oval, onde fez uma mudança de visual em tons de ouro e estilo extravagante.

O republicano adornou o santuário interno da Presidência dos EUA com troféus e porta-copos dourados da marca Trump e preencheu quase todos os centímetros disponíveis das paredes com retratos de seus predecessores. Quase todos os dias há algo novo. Esta semana, Trump revelou uma cópia da Declaração de Independência, o histórico documento que desencadeou a libertação dos Estados Unidos da monarquia britânica há 250 anos.

Ex-estrela de um reality show e magnata do setor imobiliário, Trump parece mais interessado na estética agora do que em seu primeiro mandato, de 2017 a 2021.

— O presidente Trump interpreta muito bem o papel de Donald Trump: o espetáculo é o que importa — explica à AFP Peter Loge, diretor da escola de mídia da Universidade George Washington. — Parte do espetáculo é a ostentação. Estranho seria se Trump não transformasse o Salão Oval em um cenário de TV que refletisse sua marca.

Retratos

Casa Branca: uma Bíblia dourada e com seu nome decora a mesa do escritório oficial da presiência americana (Mandel NGAN/AFP Photo)

Há uma mensagem política por trás da mudança. O Salão Oval é o símbolo do poder dos EUA e serve de pano de fundo para suas frequentes coletivas de imprensa e reuniões televisionadas com dignitários estrangeiros, incluindo o recente embate entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Por isso, a nova adição à sua galeria de retratos presidenciais não foi uma mera coincidência: o presidente do século XIX James Polk. Durante o mandato de Polk, o 11º presidente americano, os Estados Unidos passaram por sua maior expansão territorial, anexando vastas áreas da Costa Oeste, do sudoeste do país e do Texas.

Ele parece ser um modelo para Trump, mum momento em que o republicano alarma seus aliados ao reivindicar o Canal do Panamá e falar abertamente sobre a possibilidade de anexar a Groenlândia e assumir o controle de Gaza.

"Biden faria isso?"

Cada presidente encontra uma maneira de deixar sua marca pessoal no Salão Oval. E a diferença de Trump para seu antecessor democrata, Joe Biden, não poderia ser maior.

— Você acha que Joe Biden faria isso? Eu não acho — disse o próprio Trump esta semana, enquanto puxava a cortina que protege da luz a Declaração de Independência, em entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News.

Trump apontou para os querubins dourados recém-instalados sobre as portas.

— Dizem que os anjos trazem boa sorte.

Em comparação, o Salão Oval de Biden era sóbrio, com cinco retratos ao redor da famosa lareira, incluindo um do presidente Franklin D. Roosevelt. Trump tem nove, sem contar os que estão próximos de sua mesa, incluindo o do republicano Ronald Reagan.

Ao lado da lareira, Biden colocou apenas uma planta trepadeira, que supostamente remonta à época de John F. Kennedy. Trump, por sua vez, tem sete vasos dourados, alguns com mais de 200 anos.

Ambos têm um busto do líder dos direitos civis Martin Luther King, mas o republicano adicionou outro: o do primeiro-ministro britânico da Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, que já havia exibido em seu primeiro mandato.

Foto da ficha policial emoldurada

A ostentação não deveria surpreender um homem que anunciou sua primeira candidatura presidencial descendo uma escada rolante dourada na Trump Tower, em Nova York. O bilionário há muito tempo estampa seu nome em tudo o que pode, de edifícios a bíblias. E perde raramente a chance de promover tanto sua marca quanto uma imagem de força, que tem sido fundamental para sua carreira política.

Recentemente, incluiu um grande mapa com a inscrição "Golfo da América" em destaque, o novo nome com o qual a administração Trump rebatizou o Golfo do México.

Trump até planeja pavimentar o famoso Jardim das Rosas, que fica ao lado do Salão Oval, para ter o mesmo aspecto do pátio de sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.

— A grama simplesmente não funciona — disse à Fox. — Fica encharcada.

Mas uma das coisas que mais o enchem de orgulho é um retrato bastante incomum pendurado perto dos de seus ilustres antecessores: em uma moldura dourada, está a ficha policial de Trump, tirada em 2023, na Geórgia, em um caso judicial em que ele foi acusado de tentar interferir nas eleições de 2020.

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