O Irã promete retomar parte das atividades nucleares que foram interrompidas por conta do acordo nuclear (Denis Balibouse/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de maio de 2019 às 15h40.
Última atualização em 6 de maio de 2019 às 15h42.
Genebra — O Irã vai reativar parte de seu programa nuclear suspenso em resposta à retirada dos Estados Unidos de um acordo nuclear de 2015, mas não planeja deixar o acordo, informou a agência de notícias estatal IRIB nesta segunda-feira.
Mencionando uma fonte próxima a uma comissão oficial que supervisiona o acordo nuclear, a IRIB informou que o presidente Hassan Rouhani anunciaria que o Irã reduziria alguns de seus compromissos "menores e gerais" sob o acordo em 8 de maio -- exatamente um ano após o presidente Donald Trump anunciar a retirada dos EUA.
Posteriormente, Trump reaplicou duras sanções ao Irã, incluindo sobre suas exportações vitais de petróleo com a intenção declarada de reduzi-las a zero e privar a economia do país do Oriente Médio.
"A República Islâmica do Irã, em reação à saída da América do acordo nuclear e às promessas ruins de países europeus sobre o cumprimento de suas obrigações, vai reiniciar uma parte das atividades nucleares que foram interrompidas sob as diretrizes do acordo nuclear", disse a fonte, de acordo com a IRIB.
De modo semelhante, a agência semi-oficial de notícias estudantil do Irã (Isna) informou que o país vai anunciar "ações recíprocas" na quarta-feira para a retirada dos EUA do acordo nuclear, citando "fontes com conhecimento" da questão.
Alguns líderes da União Europeia foram extraoficialmente notificados sobre a decisão do Irã, de acordo com a reportagem.
Os EUA agiram na sexta-feira para forçar o Irã a interromper sua produção de urânio de baixa concentração e expandir sua única usina nuclear.
Trump, que não era presidente quando o acordo foi negociado, disse que havia brechas favoráveis ao Irã a respeito de não haver algo para conter o programa de mísseis balísticos ou o apoio a forças em várias guerras no Oriente Médio.
O Irã informou que seu desenvolvimento de mísseis balísticos não está relacionado à sua atividade nuclear, sendo apenas um mecanismo de defesa, e que seu apoio a aliados no Oriente Médio não é assunto de Washington.