Protesto após ataque: o líder da Revolução Islâmica do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse os responsáveis pela morte do comandante de Soleimani sofrerão uma "dura vingança" (Nazanin Tabatabaee/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 10h41.
Beirute — O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou nesta sexta-feira (03) que seguirá o legado do Qasem Soleimani, comandante da Força Quds, unidade especial dos Guardiões da Revolução Islâmica, morto durante bombardeio dos Estados Unidos em Bagdá, no Iraque.
"Completaremos o caminho do comandante Soleimani e trabalharemos dia e noite para alcançar os objetivos dele", afirmou o líder, em declarações difundidas pela emissora libanesa de televisão "Al Manar", porta-voz do grupo xiita.
"Vingar os assassinos dos mujadines (combatentes) será a responsabilidade e o trabalho de todos na Resistência", afirmou Nasrallah, em alusão ao braço armado do Hezbollah, que tem apoio do Irã e vem lutando na Síria, ao lado do presidente, Bashar al-Assad.
Esta foi a primeira reação do líder do grupo depois que a milícia iraquiana majoritariamente xiita, Forças de Mobilização Popular (PMF, na sigla em inglês), confirmou que o vice-presidente do grupo, Abu Mahdi al-Muhandis e Soleimani morreram durante a madrugada, em bombardeiro contra o carro em que se deslocavam para o aeroporto de Bagdá, no Iraque.
"Se Deus quiser, os assassinos americanos não serão capazes de conseguir nenhum dos objetivos, depois deste grande crime", garantiu o líder do Hezbollah.
Mais cedo, o líder da Revolução Islâmica do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse os responsáveis pela morte do comandante de Soleimani sofrerão uma "dura vingança".
De acordo com o Pentágono, o ataque realizado nos arredores do aeroporto de Bagdá, no Iraque, tinha como objetivo impedir futuros ataques dos militares iranianos contra diplomatas americanos no Iraque e na região, que estariam sendo planejados.
Na noite desta quinta-feira (02), o general e herói iraniano Qasem Soleimani e o líder paramilitar iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis morreram em um ataque dos Estados Unidos contra o Aeroporto de Bagdá, três dias após manifestantes pró-Irã tentarem invadir a embaixada americana na capital do Iraque, confirmou o Pentágono.
Segundo o departamento americano de Defesa, a ordem para liquidar Soleimani partiu diretamente de Donald Trump.
“Sob as ordens do presidente, o Exército americano adotou medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal americano e estrangeiro e matou Qasem Soleimani”, informou o Pentágono.
O ataque provocou preocupações em todo o mundo, com pedidos de calma para evitar uma “escalada”, enquanto Teerã promete represálias. O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou “vingar” a morte de Soleimani e decretou três dias de luto nacional.