Trump e Macron: tratado do clima pode estar com os dias contados (Mustafa Yalcin/Anadolu Agency/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 8 de dezembro de 2018 às 16h48.
Última atualização em 8 de dezembro de 2018 às 16h51.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao comentar sobre os confrontos entre a polícia e manifestantes "coletes amarelos" em Paris, disse neste sábado que pode ser a hora de acabar com o acordo de Paris sobre mudança climática.
"Dia e noite muito tristes em Paris", disse o presidente em uma mensagem divulgada no Twitter. "Talvez seja a hora de acabar com o ridículo e extremamente caro Acordo de Paris e devolver o dinheiro para as pessoas na forma de impostos mais baixos?", questionou.
Very sad day & night in Paris. Maybe it’s time to end the ridiculous and extremely expensive Paris Agreement and return money back to the people in the form of lower taxes? The U.S. was way ahead of the curve on that and the only major country where emissions went down last year!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 8, 2018
O Acordo de Paris é um documento internacional, assinado por 195 países, com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global.
Ele foi adotado durante a Conferência das Partes (COP21), em Paris, no ano de 2015. O Brasil, que também pode deixar o tratado no próximo governo, concluiu sua ratificação em setembro de 2016.
Cerca de 30 mil pessoas, do movimento dos "coletes amarelos", foram para as ruas neste sábado protestar pelo quarto fim de semana seguido.
Até a tarde de hoje, 950 manifestantes já haviam sido detidos em todo o território francês. Mais de 90 mil policiais estão nas ruas para conter a passeata.
A onda de protestos que atinge a cidade, e que é vista como a pior desde as históricas demonstrações de 1968, se iniciou em 17 de novembro por todo o país e é obra de um movimento que nasceu nas redes sociais, se diz apartidário e sem qualquer ligação com sindicatos.
A principal reivindicação dos "coletes amarelos" era para barrar aumento nos preços dos combustíveis. Como resultado da ação popular, que contou, ainda, com uma petição que obteve a assinatura de mais de um milhão de pessoas, o governo disse que deixaria de subir o preço do combustível. A possibilidade, contudo, não acalmou os ânimos do movimento, que seguirá protestando em todo o país.