Bandeira da Coreia do sul: expectativa é que o diálogo se dê em janeiro (Kim Hong-Ji/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 09h36.
Seul - A Coreia do Sul propôs nesta segunda-feira retomar as negociações com a Coreia do Norte, uma decisão tomada em meio a tensões diplomáticas intensas, após os Estados Unidos, aliados de Seul, terem acusado Pyongyang pelo ciberataque contra a Sony Pictures.
A Coreia do Norte negou responsabilidade pela ação contra o estúdio cinematográfico com sede nos EUA, parte do grupo japonês Sony. O estúdio distribuiu um filme de comédia sobre uma conspiração para matar o líder norte-coreano, Kim Jong Um.
Posteriormente, Pyongyang acusou Washington pelos problemas no seu serviço de Internet. Os norte-coreanos também negaram envolvimento em recentes invasões no sistema de operação de energia nuclear na Coreia do Sul.
O ministro da Unificação da Coreia do Sul disse que o país enviou uma carta ao Norte pedindo negociações. A expectativa é que o diálogo se dê em janeiro e discuta, entre outros temas, a reunião de familiares separados pela Guerra da Coreia (1950-53) e possíveis projetos de cooperação.
O Norte aceitou a carta, mas ainda tem que responder, disse o ministro Ryoo Kihl-jae à imprensa.
“Não acho que vamos ter uma pauta em particular, mas a nossa posição é discutir tudo que é interesse mútuo”, disse Ryoo, que lembrou que em 2015 a independência da Coreia em relação ao Japão completa 70 anos.
Uma delegação de alto nível da Coreia do Norte fez uma visita surpresa em outubro para a cerimônia de encerramento dos Jogos Asiáticos, realizados no Sul. Ela prometeu reabrir o diálogo na península. No entanto, os dois lados não prosseguiram com o contato, à medida que as tensões continuaram.
Ryoo afirmou que a Coreia do Sul explicaria para o Norte os seus planos de cooperação, incluindo um parque da paz na zona desmilitarizada. Ele acrescentou que estava buscando para antes de fevereiro uma nova rodadas de reuniões para familiares separados pela guerra.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra por mais de seis décadas, já que a Guerra da Coreia terminou com um armistício, e não um acordo de paz. A reunificação da península tem sido uma prioridade para o presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.