Homem segura retrato do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez: um ano após a morte do "Comandante Supremo", venezuelanos ainda veem sua figura (Raul Arboleda/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2014 às 17h23.
CARACAS - A Venezuela se preparava nesta terça-feira para a recordar a morte do ex-presidente Hugo Chávez, líder socialista, apesar dos contínuos protestos contra o seu sucessor, os quais vêm abalando o país, membro da Opep, e ameaçam o legado de "El Comandante".
Mesmo enquanto estudantes armavam ainda barricadas em algumas cidades e ativistas realizavam novas manifestações, o governo do presidente Nicolás Maduro organizava grandes cerimônias para homenagear Chávez na quarta-feira, no primeiro aniversário de sua morte por câncer.
Maduro, que anunciou chorando a morte de Chávez para uma nação em estado de choque em 5 de março do ano passado, fez da preservação do controverso legado de Chávez a força motriz de sua Presidência, apesar da oposição de cerca de metade dos venezuelanos.
O presidente vai presidir um desfile militar em Caracas na quarta-feira, seguido de uma cerimônia no mausoléu que abriga os restos de Chávez em uma favela num morro da cidade.
Aliados de Maduro na esquerda latino-americana, incluindo os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, são esperados para as cerimônias.
Maduro, 51 anos, venceu por estreita margem a eleição em abril de 2013 para suceder seu mentor, mas em sua gestão os problemas da economia se agravaram, ele pouco avançou no combate aos crimes violentos e vem enfrentando protestos de rua desde o início de fevereiro.
Essas manifestações resultaram nos piores distúrbios da Venezuela em uma década, com 18 pessoas mortas em enfrentamentos entre os participantes dos protestos e forças de segurança e partidários de Maduro.