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Em meio à pandemia, Reino Unido tem dia de praias e parques lotados

Muitos parques no Reino Unido estão fechados, mas os que permanecem abertos registraram multidões

Londres: moradores têm saído às ruas, mesmo contra ordem local (AFP/AFP)

Londres: moradores têm saído às ruas, mesmo contra ordem local (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 22 de março de 2020 às 14h42.

Última atualização em 22 de março de 2020 às 15h10.

A disseminação da pandemia de Covid-19 "acelera" no Reino Unido, sob ameaça da mesma crise vivida pela Itália se a população, numerosa em parques e praias neste fim de semana, não respeitar as instruções de isolamento social, alertaram as autoridades neste domingo (22).

"Os números são impressionantes e estão se acelerando. Estamos a apenas algumas semanas - duas ou três - da Itália. Os italianos têm um excelente sistema de saúde. E, no entanto, seus médicos e enfermeiros estão completamente sobrecarregados com a demanda", disse o primeiro-ministro Boris Johnson, em mensagem ao país.

Enquanto muitos britânicos continuam a sair para aproveitar o bom tempo, Boris Johnson apelou a seus compatriotas por um "esforço coletivo nacional" para retardar a propagação do vírus, que matou 233 pessoas no Reino Unido.

"Caso contrário, a saúde pública ficará submersa da mesma maneira" que na Itália.

"Parques e praias não devem lotar", declarou a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, em entrevista coletiva, lamentando igualmente que "as pessoas estão migrando para áreas remotas da Escócia", o que pode espalhar o vírus.

Dirigindo-se ao "pequeno número" de bares que permanecem abertos apesar das recomendações, a dirigente alertou: "Adotaremos nos próximos dias poderes de emergência para forçá-lo a fechar".

Multidões nos parques

O National Trust, responsável pela proteção do patrimônio histórico e natural britânico, fechou seus parques e jardins.

Em Londres, o famoso Kew Gardens permaneceu fechado, mas os parques reais seguem abertos e lamentam as "cenas da multidões" observadas no sábado.

O prefeito Sadiq Khan pediu aos londrinos que evitem contato, ou "mais pessoas morrerão", disse ele à BBC.

"O público pode não estar ciente, mas a situação já está ruim em Londres", disse Andrea Collins, professora de medicina respiratória na Escola de Medicina Tropical de Liverpool.

"As unidades de terapia intensiva da capital estão cheias de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 e muitos dos que estão sendo tratados têm menos de 50 anos", advertiu.

O governo pressionou no domingo 1,5 milhão de pessoas frágeis que vivem na Inglaterra a não deixar suas casas por pelo menos três meses. Entre eles, pacientes com câncer de sangue ou medula óssea, pessoas transplantadas ou que sofrem de fibrose cística ou bronquite crônica grave.

Boris Johnson também sugeriu que os britânicos que comemoram o dia das mães no domingo liguem para suas mães em vez de visitá-las.

Diante da disseminação do vírus, o governo ordenou que escolas, pubs, restaurantes, teatros, cinemas e academias fossem fechados.

De acordo com o jornal francês Liberation, Johnson tomou essas medidas depois que o presidente francês Emmanuel Macron ameaçou fechar as fronteiras entre a França e o Reino Unido, o que Downing Street negou.

"Como disse o primeiro-ministro na sexta-feira, essas novas medidas foram tomadas com base em pareceres científicos e na sequência do plano de ação do governo estabelecido há duas semanas", afirmou um porta-voz de Downing Street.

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