Policiais patrulham o centro de Viena depois de ataque terrorista na última segunda, dia 2 (ROLAND SCHLAGER/AFP)
Carla Aranha
Publicado em 3 de novembro de 2020 às 17h41.
Última atualização em 3 de novembro de 2020 às 21h29.
O grupo Estado Islâmico assumiu a autoridade do atentado em Viena, na Áustria, nesta segunda-feira, dia 2, que deixou quatro mortos e 22 feridos. O ataque aconteceu em seis diferentes pontos de uma região boêmia, com bares e restaurantes, no centro da cidade. Muitos jovens aproveitam a noite de temperatura agradável que antecedeu o novo lockdown decretado para conter a segunda onda do coronavírus. Um dos atiradores, morto pela polícia, foi preso em 2019 ao tentar ir à Síria com o objetivo de se juntar aos jihadistas.
Fejzulai Kujtim, de 20 anos, disparou vários tiros de metralhadora nos frequentadores de bares e restaurantes com mesas ao ar livre. Segundo o Ministério do Interior da Aústria, Kujtim, de ascendência macedônia e austríaca, obteve o direito à condicional em dezembro do ano passado, depois de ficar quase dois anos preso.
A polícia austríaca já prendeu 14 suspeitos de ter conexão com o atentado. Câmaras de segurança e videos mostram que Kujtim estava fortemente armado e tinha treinamento militar.
O atentado em Viena aconteceu apenas alguns dias depois que três pessoas foram mortas a facadas dentro de uma igreja em Nice, na França, por um terrorista. Uma senhora de 70 foi degolada.
A brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos, que morava há 20 anos no país, foi uma das vítimas. Ela conseguiu cruzar a rua e chegar a um bar para avisar sobre o atentado. Ela faleceu no local.
O ataque na Aústria, o mais letal até agora, fez com que países europeus permanecessem em estado de alerta. No Reino Unido, o nível de ameaça de terrorismo passou para grave.
Na França, o professor de história Samuel Paty foi degolado no dia 17 de outubro. Ele havia dado uma aula sobre liberdade de expressão na qual mostrou caricaturas do profeta Maomé.
Em entrevista à rede árabe Al Jazerra neste final de semana, Emannuel Macron, presidente da França, disse que grupos radicais islâmicos serão investigados. Ele também ressaltou que respeito ao direito individual e à liberdade de expressão são pilares fundamentais da sociedade europeia.