LGBT: a prática é permitida em diversos países, com a exceção de Malta, Equador e pouco mais de dez de Estados dos EUA (Ammar Awad/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 10h49.
Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 11h36.
Londres - Uma proibição de terapias de conversão por médicos em Israel vai ajudar a proteger as pessoas gays de tratamentos que alegam transformá-las em heterossexuais, mas ainda é necessário um trabalho mais profundo junto a grupos religiosos que apoiam as controvertidas "curas" gays, avaliaram ativistas nesta quarta-feira.
Membros que pratiquem terapias de conversão podem agora serem expulsos da Associação Médica de Israel (AMI), que representa 90 por cento do médicos do país, caso uma reclamação seja feita a seu comitê de ética, disse a porta-voz da entidade, Ziva Miral.
"Os tratamentos para mudar a orientação sexual de alguém foram considerados ineficazes e podem causar danos mentais, tais como ansiedade, depressão e tendências suicidas", disse a associação em um estudo com posições sobre o prática.
Terapias de conversão, que podem incluir hipnose e choques elétricos, são baseadas na crença de que ser lésbica, gay, bissexual ou transgênero é uma doença mental que pode ser curada.
A prática é permitida em diversos países, com a exceção de Malta, Equador e pouco mais de uma dezena de Estados dos Estados Unidos, que votaram leis proibindo-a, de acordo com a Ilga, uma rede de grupos de defesa de LGBT+. Diversos outros países cogitam proibições do tipo, como Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Austrália.
Ruth Gophen, uma das autoras do estudo da AMI, publicado na segunda-feira, disse ser impossível estimar quantos israelenses foram submetidos a terapias de conversão, porque os tratamentos são muitas vezes feitos em segredo, pois muitos médicos consideram a prática antiética.
Israel é um dos poucos países do Oriente Médio --junto com Jordânia e Barein-- que permitem relacionamentos homossexuais, o que em muitos países da região pode ser punido com a pena de morte.