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Em entrevista ao FT, Ursula von der Leyen diz que UE pode taxar big techs se acordo não avançar

Von der Leyen disse ainda ao FT que "não há vencedores nisso, apenas perdedores" nessa guerra comercial

Agência o Globo
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Publicado em 10 de abril de 2025 às 19h25.

União Europeia está preparada para adotar suas medidas comerciais mais poderosas e pode impor tarifas a empresas digitais dos EUA se as negociações com Donald Trump não conseguirem encerrar a guerra tarifária contra a Europa.

Em entrevista ao Financial Times, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a UE buscará um acordo “completamente equilibrado” com Washington durante a pausa de 90 dias de Trump na aplicação de tarifas adicionais.

Von der Leyen alertou ainda que está pronta para ampliar drasticamente a guerra comercial transatlântica para o setor de serviços caso as conversas fracassem, incluindo potencialmente um imposto sobre receitas publicitárias digitais, o que atingiria empresas de tecnologia como Meta, Google e Facebook.

A medida seria uma tarifa aplicada em todo o mercado único europeu, diferente dos impostos sobre vendas digitais, que são impostos individualmente por cada Estado-membro.

Em relação à turbulência nos mercados de ações e títulos, Von der Leyen disse ainda ao FT que "não há vencedores nisso, apenas perdedores".

Ela descartou qualquer possibilidade de revisar as regulamentações “intocáveis” da UE sobre conteúdo digital e poder de mercado, que autoridades de Trump consideram como uma forma de taxação indireta às gigantes da tecnologia dos EUA.

Se as negociações falharem, a UE reativará automaticamente as medidas retaliatórias planejadas em resposta às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio.

Medidas contra as tarifas

Além disso, von der Leyen disse que outras contramedidas às tarifas recíprocas de Trump poderiam visar o grande superávit de serviços dos EUA com a UE. O presidente só considera bens em seus cálculos comerciais, ignorando os serviços exportados pelos EUA.

“Empresas que oferecem serviços fazem bons negócios neste mercado (da UE). E a grande maioria dos serviços, 80%, vem dos EUA.

Em relação aos efeitos colaterais de uma guerra comercial global, Von der Leyen afirmou ao FT que a UE não vai tolerar

Voltando-se para os efeitos colaterais de uma guerra comercial global, von der Leyen afirmou que a UE “não tolerará” que produtos chineses afetados por tarifas dos EUA sejam redirecionados à Europa, acrescentando que Bruxelas adotaria salvaguardas caso um novo mecanismo de monitoramento detecte aumento nas importações chinesas.

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