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Em discurso no Coliseu, papa critica a ameaça nuclear e pede paz

"Não nos deixemos contagiar pela lógica perversa da guerra", disse o papa no ato de encerramento do fórum interreligioso pela paz

Papa Francisco: o pontífice pede mais uma vez que a guerra na Ucrânia seja erradicada (AFP/AFP Photo)

Papa Francisco: o pontífice pede mais uma vez que a guerra na Ucrânia seja erradicada (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 25 de outubro de 2022 às 16h59.

Última atualização em 25 de outubro de 2022 às 17h13.

O papa Francisco criticou, nesta terça-feira, 25, a ameaça da arma nuclear durante um ato no Coliseu de Roma, no qual lançou um novo pedido pela paz neste "momento tão dramático" para o mundo em razão da guerra na Europa.

"Não nos deixemos contagiar pela lógica perversa da guerra", disse o papa no ato de encerramento do fórum interreligioso pela paz, organizado pela comunidade católica de Santo Egídio, diante de mais de 2 mil pessoas no célebre monumento romano.

"Hoje, de fato, está ocorrendo o que se temia e o que nunca quisemos ouvir: ou seja, que o uso de armas atômicas, que culposamente continuaram produzindo e testando depois de Hiroshima e Nagasaki, agora é abertamente uma ameaça", lamentou o pontífice argentino.

"Este ano nossa oração foi convertida em um grito porque hoje a paz está gravemente violada, ferida, pisoteada. Na Europa, ou seja, no continente onde no último século ocorreram as tragédias de duas guerras mundiais", afirmou.

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Francisco, de 85 anos, que chegou de cadeira de rodas ao anfiteatro romano, foi calorosamente aplaudido durante o encerramento do fórum de três dias do qual participaram líderes e representantes cristãos e de várias religiões do mundo.

"Lamentavelmente as guerras não deixaram de ensanguentar e empobrecer a Terra, mas este momento que vivemos é particularmente dramático", continuou o soberano pontífice, que não deixou de multiplicar seus chamados pela paz desde a invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro.

"No silêncio da oração, esta tarde, escutamos o grito de paz: paz sufocada em tantas regiões do mundo, humilhada por demasiada violência, negada inclusive às crianças e idosos, que não se livram da terrível dureza da guerra", afirmou.

O fórum, organizado todos os anos desde 1986, este ano foi denominado "O grito da paz" e foi inaugurado no domingo pelo presidente francês Emmanuel Macron, que destacou que depende da Ucrânia decidir o momento da paz, que "não pode ser a consagração da lei do mais forte".

A paz é "possível" na Ucrânia, mas somente "quando o povo ucraniano e seus líderes decidirem", destacou o presidente.

Fundada em 1968, a comunidade de Santo Egídio, presente em mais de 70 países, se transformou ao longo dos anos em um dos canais de "diplomacia" da Santa Sé e já é particularmente ativa na África e América Latina.

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