Mundo

Em Davos, Milei pede que países abracem 'batalha pela liberdade'

Presidente argentino disse em discurso que seu país tem sido um 'exemplo mundial de responsabilidade fiscal'

Milei encerrou com discurso com seu bordão "viva a liberdade, carajo" (AFP)

Milei encerrou com discurso com seu bordão "viva a liberdade, carajo" (AFP)

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 09h48.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 10h51.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

O presidente argentino, Javier Milei, disse nesta quinta-feira, 23, no Fórum Econômico Mundial (na sigla em inglês, WEF), em Davos, na Suíça, que a batalha dos líderes políticos que lutam pela liberdade “não está vencida” e que não terminará até a maioria dos países ocidentais “abracem as ideias de liberdade”.

“A nossa batalha não está ganha”, disse Milei num discurso ao plenário, no qual afirmou que “embora a esperança tenha renascido”, essa luta não terminará até que a maioria dos países ocidentais voltem a abraçar as ideias da liberdade. O presidente argentino incentivou ainda estes países a não “desistir”.

Milei, que participa pela segunda vez do Fórum Económico Mundial, depois de ter participado em 2024 apenas um mês após sua posse, indicou que, desde então, já não se sente sozinho porque o mundo “abraça a Argentina” e o seu país tem sido um “exemplo mundial de responsabilidade fiscal”, “de como acabar com o problema da inflação” e “de uma nova forma de fazer política”.

Além disso, acrescentou, porque ao longo deste ano encontrou “camaradas nesta luta pelas ideias de liberdade em todos os cantos do planeta” entre os quais citou o “maravilhoso” Elon Musk, a “feroz senhora italiana” Giorgia Meloni, o húngaro Viktor Orbán, o salvadorenho Nayib Bukele, o israelense Benjamin Netanyahu e Donald Trump, nos EUA.

“Lentamente, uma aliança internacional foi formada por todas as nações que querem ser livres e que acreditam nas ideias de liberdade”, acrescentou.

Perante um auditório lotado, em cuja primeira fila estava sentada sua irmã, a secretária-geral da Presidência argentina, Karina Milei, o presidente acusou o Fórum de Davos, mas também organizações supranacionais como a União Europeia, de promoverem a ideologia ‘acordada’, que ele descreveu como "sinistro e assassino".

"Aqui ninguém pode fingir ser inocente. Cultuaram durante décadas uma ideologia sinistra e assassina como se fosse um bezerro de ouro e moveram céus e terras para impô-la à humanidade", acrescentou, garantindo ao mesmo tempo que as organizações multilaterais de crédito “têm sido uma arma extorsiva” e muitos Estados nacionais, e em particular a UE, “têm sido e são uma arma armada”.

No seu discurso, Milei se dirigiu aos líderes mundiais, tanto empresariais, políticos e internacionais, aos quais assegurou que as fórmulas políticas das últimas décadas “fracassaram” e “estão a desmoronar sobre si mesmas” e “o guião dos últimos quarenta anos está esgotado.

“É hora de sair desse roteiro, é hora de ousar, é hora de ousar pensar e ousar escrever seus próprios versos porque quando as ideias e os textos do presente dizem tudo igual e dizem o errado coisas, ser corajoso consiste justamente em ser extemporâneo é voltar atrás, não se deixar deslumbrar", acrescentou.

Depois de garantir que é isso que a Argentina está fazendo, "voltar ao liberalismo", e confiando que é isso que Trump fará nos EUA, convidou todas as grandes nações livres do mundo a fazê-lo, pedindo-lhes que "parem no tempo o que, ao que tudo indica, é um caminho que leva à catástrofe".

“O que proponho é que tornemos o Ocidente grande novamente”, concluiu, aludindo ao lema do presidente republicano.

'Argentina poderia deixar Mercosul'

Ontem, em um painel da Bloomberg News em Davos, Milei, disse que o país poderia deixar o Mercosul se isso fosse preciso para concretizar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, embora espere chegar a um consenso sem precisar adotar medidas tão drásticas.

"Mas há mecanismos que podem ser usados até mesmo dentro do Mercosul, então achamos que isso pode ser feito sem necessariamente ter de sair", disse ele em entrevista durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

O presidente argentino também disse que planeja recorrer ao mercado de capitais depois de suspender controles cambiais do país, embora não tenha fornecido um cronograma específico.

Acompanhe tudo sobre:Argentina

Mais de Mundo

Venezuela mobiliza 150 mil homens em exercícios militares para 'garantir soberania'

Secretário-geral da Otan elogia fala de Trump sobre novas sanções à Rússia

'É engraçado que Biden não perdoou a si mesmo', diz Trump

Mais de 300 migrantes são detidos em 1º dia de operações sob mandato de Trump