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Em caso perturbador, paciente em estado vegetativo dá à luz nos EUA

Quadro inesperado reacendeu os debates sobre abuso de mulheres, principalmente de pacientes vulneráveis que não podem falar por conta própria

Imagem ilustrativa:  mulher deitada em uma cama de hospital. (Klaus-Dietmar Gabbert/Getty Images)

Imagem ilustrativa: mulher deitada em uma cama de hospital. (Klaus-Dietmar Gabbert/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 15h20.

Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 09h16.

São Paulo - No mês passado, uma mulher que está internada em estado vegetativo há quase uma década em uma clínica de enfermagem na cidade americana de Phoenix, no Arizona, deu à luz um menino. O quadro perturbador reacendeu os debates sobre abuso de mulheres, principalmente de pacientes vulneráveis. 

Segundo o jornal Washington Post, o centro Hacienda HealthCare, instituição privada que trata pacientes com doenças crônicas e portadores de deficiências, recebeu um mandado de busca.

A polícia está tentando descobrir como a mulher de 29 anos, em estado vegetativo após um afogamento há quase 14 anos, ficou grávida. O caso está sendo tratado como agressão sexual, um crime doloso.

Serão realizados teste de DNA dos funcionários do sexo masculino que trabalham na clínica de enfermagem.

Não está claro se a polícia tem algum suspeito em mente, tampouco como ninguém na instituição sequer notou que a mulher estava grávida antes de dar à luz logo após o Natal. Em teoria, os funcionários prestam atendimento 24 horas por dia aos pacientes.

O diretor da clínica pediu demissão na segunda-feira. 

Enquanto isso, reguladores estaduais exigiram que o espaço reveja suas medidas de segurança, pedindo que os funcionários do sexo masculino sejam acompanhados por outra pessoa durante o tratamento de pacientes do sexo feminino.

Embora muitos detalhes permaneçam desconhecidos, a notícia do caso gerou revolta online, com ativistas pelos direitos das mulheres questionando por que os funcionários supostamente não sabiam da gravidez do paciente por tanto tempo, e por que as autoridades estão falando em agressão sexual ao invés de estupro. 

O caso revelou como pacientes que precisam de cuidados totais se encontram muitas vezes altamente vulneráveis, correndo risco de se tornarem vítimas de abuso ou violência sexual. 

Não raro muitos desses pacientes estão isolados de redes de apoio ou de suas famílias, o que pode torná-los alvos fáceis.

“Agressores oportunistas são comuns, e nós os vemos em todos os tipos de ambientes onde há vulnerabilidades inerentes”, disse Kristen Houser, porta-voz do National Sexual Violence Resource Center ao site Vox.

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